Publicado originalmente em inglês em 17/05/2021
As duas maiores varejistas americanas, Walmart (NYSE:WMT) (SA:WALM34) e Target (NYSE:TGT) (SA:TGTB34), divulgarão resultados nesta semana, e os investidores querem saber como será seu desempenho no ambiente pós-pandemia, à medida que a economia se reabre e os padrões de consumo voltam ao normal.
Tanto o Walmart quanto a Target se beneficiaram bastante da tendência dos consumidores de estocar produtos durante a crise sanitária, o que fez disparar as vendas de algumas categorias, como papéis higiênicos, produtos de limpeza e snacks.
A economia americana está se reabrindo após uma bem-sucedida campanha de vacinação, por isso muitos analistas acreditam que os melhores dias dessas grandes varejistas já ficaram para trás.
O Walmart já alertou, em fevereiro, que deve haver uma desaceleração nas vendas e no lucro para o ano, dizendo que o LPA terá um leve declínio. Ainda que as vendas comparáveis nos EUA permaneçam positivas neste ano, o crescimento será de apenas um dígito, abaixo da recente taxa de avanço, mas em linha com as estimativas.
Analistas preveem LPA de US$ 1,21 para a companhia, sobre vendas de US$ 132,16 bilhões para seu primeiro trimestre fiscal de 2022. A companhia deve divulgar seu balanço amanhã antes da abertura dos mercados.
Com o comportamento dos consumidores voltando ao normal, o Walmart decidiu entrar em novas áreas de crescimento, como publicidade e marketplace na internet, a fim de aproveitar seu bem-sucedido engajamento digital durante a pandemia.
Essas iniciativas podem gerar mais vendas, mas não há qualquer garantia de que conseguirão mitigar o impacto sobre as vendas no ambiente pós-pandemia.
Tais incertezas prejudicaram o desempenho das ações do Walmart que, após uma alta de 20% em 2020, ainda não se mexeram neste ano. Os papéis fecharam na sexta-feira a US$ 139,52, uma queda de 3% no ano.
Target amplia participação de mercado
Mas a perspectiva ainda parece ser promissora para a Target, grande varejista concorrente do Walmart, que ampliou bastante sua participação de mercado durante a pandemia.
A Target atraiu novos consumidores e inspirou mais compras com suas ofertas de e-commerce e ampla variedade de mercadorias, de cereais a calças de ginástica, enquanto concorrentes como Macy’s (NYSE:M) e Kohls (NYSE:KSS) fecharam temporariamente as portas e viram suas vendas cair durante a pandemia.
A varejista sediada em Mineápolis ganhou cerca de US$ 9 bilhões em market share no último ano fiscal, de acordo com pesquisas internas e terceirizadas. Diversos analistas acreditam que a Target será capaz de manter esses ganhos de market share mesmo após a contenção da pandemia.
A disposição dos consumidores de continuar visitando as lojas da Target é resultado dos esforços do CEO Brian Cornell de deixá-las mais atraentes. Ele levou a cabo a reforma de centenas de unidades, inseriu diversas marcas de moda acessível e impulsionou suas ofertas de e-commerce. Durante a pandemia, a Target tem usado suas lojas mais como minicentros de distribuição para seus excelentes negócios digitais, de modo a atender melhor os pedidos online.
A expectativa dos analistas é que a empresa registre um LPA de US$ 2,18 sobre vendas de US$ 21,61 bilhões em seu balanço do 1º tri de 2021 na quarta-feira, antes da abertura dos mercados.
Com esse bom crescimento, os investidores que acreditaram na Target já tiveram bons ganhos. Suas ações continuaram em trajetória de alta neste ano, superando de longe o desempenho dos seus pares. As ações da Target subiram 20% neste ano, fechando a US$ 211,16 na sexta-feira. O papel se valorizou mais de 75% no último ano.
Conclusão
Gostamos tanto do Walmart quanto da Target para investidores de longo prazo. São ações defensivas, ideais para comprar e manter no portfólio. Dito isso, a Target está em melhor posição para continuar entregando fortes resultados no mundo pós-pandemia, graças à expansão do seu market share e remodelagem de lojas. Acreditamos que os balanços desta semana darão ainda mais suporte à nossa visão.