Publicado originalmente em inglês em 03/09/2020
A Zoom Video Communications (NASDAQ:ZM) está tendo um desempenho incrível neste ano. Seus papéis se beneficiaram da disparada na demanda pelas ferramentas de comunicação digital da companhia em meio à pandemia de covid-19.
As ações registraram novas máximas nesta semana, aumentando ainda mais sua valorização de cinco vezes neste ano, na medida em que milhões de profissionais e estudantes recorreram ao seu serviço de videoconferência em um ambiente mundial de trabalho remoto. Os últimos resultados trimestrais da companhia, divulgados na terça-feira, mostraram que a empresa sediada em San Jose, Califórnia, está se consolidando como uma clara vencedora no atual ambiente, ao traduzir a demanda por seus serviços em um lucro saudável.
A Zoom reportou a segunda maior disparada em vendas entre as empresas do Nasdaq 100 no último trimestre, claramente se diferenciando de outros players cuja avaliação de mercado não encontra respaldo em fortes vendas.
A receita saltou para US$ 663,5 milhões no último trimestre. Isso é quatro vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os analistas, em média, previam o valor de US$ 500 milhões para o período. Os resultados, excluindo alguns itens, ficaram em US$ 0,92 centavos por ação no período encerrado em 31 de julho, em comparação com as estimativas dos analistas de US$ 0,45.
As ações dispararam 47% após o balanço, elevando a capitalização de mercado da Zoom para US$ 121,35 bilhões, um aumento de US$ 37 bilhões, o que a faz ser uma das ações mais ativas neste ano. A Zoom, que abriu seu capital em abril de 2019, valia cerca de US$ 16 bilhões após sua estreia na bolsa.
Após o rali de ontem, a Zoom agora vale mais do que a centenária IBM (NYSE:IBM) e a grande fabricante de processadores AMD (NASDAQ:AMD). Para os investidores que pensam em adicionar a Zoom à sua carteira, a maior questão é se este é o momento certo para entrar na operação.
Crescimento explosivo deve continuar
Para justificar o atual valuation da Zoom e seu potencial de alta no futuro, os investidores precisam estar convencidos de que a demanda por videoconferências chegou para ficar, mesmo após a contenção da pandemia.
A Zoom prevê que esse crescimento explosivo deve continuar. As vendas serão de US$ 2,39 bilhões no ano fiscal que se encerra em janeiro, com a receita praticamente quadruplicando em apenas um ano. Anteriormente, a Zoom previa uma receita de US$ 1,8 bilhão no ano fiscal.
A diretora-geral financeira da Zoom, Kelly Steckelberg, disse à Bloomberg que a comunicação por vídeo não é uma tendência passageira, e a companhia está contratando o mais rápido possível para atender à crescente demanda. Os analistas, por outro lado, estão tentando acompanha o notável impulso que a companhia ganhou desde a emergência da pandemia de covid-19.
Após o fantástico balanço desta semana, muitos analistas atualizaram seus preços-alvo para a Zoom, inclusive o JPMorgan, a RBC Capital e o Goldman Sachs.
O JPMorgan definiu um alvo de US$ 425 para a Zoom em dezembro de 2021. O alvo anterior era de US$ 220 por ação para dezembro deste ano. A BTIG mudou sua recomendação de neutra para compra e definiu um alvo de US$ 500 por ação. A empresa acredita que a empresa pode crescer muito mais no futuro.
“Olhando para frente, nossa expectativa é que muito mais empresas, universidades, colégios e organizações de todos os tipos adotem ambientes híbridos e flexíveis, impulsionando significativamente a demanda por soluções da Zoom, que claramente é líder no mercado de comunicações por vídeo”, disse a nota.
O Goldman Sachs, que anteriormente recomendava venda na ação, atualizou sua posição para neutra na Zoom. O banco também elevou seu preço-alvo de US$ 187 para US$ 420, dizendo:
“Embora nossa visão sobre a equipe de gestão da companhia, a qualidade dos seus produtos e seu posicionamento nunca tenha sido das mais favoráveis, consideramos que os limites do seu valuation estavam incorretos.”
Com a disparada nas vendas e cada vez mais contratos com grandes clientes, como Exxon, para fornecimento de ferramentas de comunicação digital, a Zoom pode se tornar um possível alvo de aquisição das gigantes da tecnologia, como Microsoft, Alphabet e Facebook.
No início deste mês, a empresa anunciou que o Facebook e o Google (NASDAQ:GOOGL) adicionarão suporte para o Zoom em seus respectivos dispositivos de hardware.
“Essas gigantes da tecnologia possuem suas próprias ofertas de videoconferência e, mesmo assim, sentiram a necessidade de oferecer compatibilidade para o Zoom em seus produtos, um sinal do forte posicionamento de mercado da companhia”, de acordo com a análise da Bloomberg sobre as perspectivas para a empresa.
Resumo
As ações da Zoom perderam parte da sua força depois do poderoso rali após a divulgação do balanço, mas está em um excelente modo de crescimento, que não deve desacelerar em vista da necessidade cada vez maior de as pessoas trabalharem e estudarem remotamente. A qualidade da gestão da companhia e suas excelentes ferramentas de videoconferência sugerem que a ação tem mais espaço para subir.