Essa é a dúvida de 10 em cada 10 investidores.
Nada mais natural do que o investidor pensar em comprar os papéis da Estatal.
Afinal, estamos falando de uma das maiores empresas brasileira, orgulho nacional e com grande representatividade no nosso mercado de capitais.
A base de sustentação dessa vontade reside nos múltiplos atuais descontados, um pré-sal na qual ela está sentada em cima e talvez o receio de ficar de fora de uma recuperação nos preços da ação – um leve toque de ganância.
Mas o mercado não é tão simples assim! E o investidor menos experiente, ou talvez o investidor esperançoso, esquece que no mercado financeiro a relação entre compra e venda nunca esteve tão intimamente ligada ao risco e retorno, praticamente unha e carne.
Inclusive escrevi um artigo que aborda o tema do risco, você pode ler nesse link.
Um alívio para os papéis pode vir da indicação da nova equipe econômica. Que por vontade da presidente Dilma pode ser anunciada entre hoje e o natal, de 2015. Para que a pressa? Imediatismo não nos levará a nada!
Caso se confirme a indicação amplamente divulgada pela imprensa de Levy e Barbosa o mercado vai gostar e uma recuperação nos preços das ações deverá ser fato.
Talvez esse seja o único viés positivo para Petrobrás. Mais uma vez o investidor esquece-se da relação risco x retorno do mercado.
Talvez o investidor deva se perguntar-se: - Por que do desconto de Petrobrás?
Fato é que todos os investidores ao se depararem com uma empresa descontada devem perguntar a si mesmo: - Por que do desconto?
Do lado do risco de Petrobrás temos uma interminável lista. Balanços não auditados, divida gigante, passando pela histórica ineficiência até o tamanho dos investimentos, ainda necessários, para aumento de produção.
Mas o maior RISCO, maiúsculo, que me parece o mercado não estar dando muita bola, responde pelo nome de Lava Jato.
Na noite da última sexta a Petrobrás recebeu uma intimação da SEC. Isso mesmo! A CVM norte americana. Clique aqui para ler a intimação!
A razão da intimação? Os escândalos de corrupção que vieram à tona graças a Lava Jato.
Além da SEC, o Departamento de Justiça americano, tem a empresa na sua mira.
Essas investigações na terra do Tio Sam são em função da Cia ter ações negociadas na bolsa norte americana, as chamadas ADR´s.
O que pode ocorrer? Até suspensão das negociações da ADR. Além de outras multinhas!
O tempo está fechando lá para o lado de Macaé. Está entrando agua nos poços.
A direção da Petrobrás não percebeu que a Cia não pode ser tratada como a casa da mãe Joana. A Lava Jato está criando ramificações além das fronteiras brasileiras. Não se pode relevar um risco tão alto.
Como bom mineiro eu colocaria as barbas de molho se fosse acionista!
Gustavo Lobo é analista de ações certificado
Autor do Ebook Os 7 Pilares do Investidor de Sucesso distribuido gratuitamente!