Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Com investimentos de 6 bilhões de reais já anunciados pela indústria de oleaginosas no Brasil, a expectativa é de um aumento de 9% na capacidade instalada de processamento do setor em 2024, estimou nesta terça-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
O aumento em relação a 2023 acontece à medida que o Brasil tem produzido safras recordes e se posiciona para um crescimento da mistura de biodiesel e da colheita nos próximos anos, além de uma demanda adicional que pode ser gerada para matéria-primas de combustíveis avançados.
O aumento previsto na capacidade em 2024 é de 19 mil toneladas/dia, para 228,6 mil toneladas/dia, de acordo com dados da associação que representa as principais tradings e processadoras do setor, como ADM, Bunge (NYSE:BG), Cargill.
Em termos anuais, isso representaria uma capacidade de processamento de mais de 75 milhões de toneladas em 2024.
Caso se confirme, o volume representaria um crescimento maior do que o registrado em 2023, na comparação com 2022, quando a Abiove apurou aumento de 5,6% na capacidade de um ano para outro, para 69,2 milhões de toneladas.
Em 2022, a Abiove havia estimado investimentos menores do setor para o ano seguinte, de 1 bilhão de reais.
Além da demanda de óleo de soja por biodiesel, que hoje responde por algo em torno de 70% da matéria-prima do biocombustível, o Brasil também tem se fortalecido na produção de farelo de soja, outro produto do processamento, utilizado na fabricação de ração animal, com firme demanda interna e externa.
Do total da capacidade estimada para 2023, de cerca de 69 milhões de toneladas, quase tudo (ou 67,9 milhões de toneladas) refere-se a processamento de soja.
Segundo a pesquisa da Abiove, o número de unidades industriais de processamento subiu 122 no ano passado para 129 em 2023, enquanto o número de plantas paradas caiu de 27 para 22.
No âmbito regional, a pesquisa aponta um aumento de 9,6% da capacidade ativa de processamento no Centro-Oeste, maior região produtora de soja, passando para 92.790 toneladas/dia neste ano. A região é responsável por 44,3% do processamento total de oleaginosas no Brasil.
Por Estado, a capacidade de plantas ativas no Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, saiu de 45.629 toneladas/dia no ano passado para 49.204 toneladas/dia.
A Abiove relatou ainda uma queda de 0,9% na capacidade total de envase de óleo em 2023, para 13.845 toneladas/dia.
(Por Roberto Samora)