Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O diretor-geral da agência reguladora ANP, Rodolfo Saboia, afirmou nesta terça-feira estar otimista com o próximo leilão de blocos exploratórios de petróleo e gás no pré-sal, marcado para 13 de dezembro, e que a ausência da Petrobras (BVMF:PETR4) não enfraquece a competição.
O certame ocorrerá no modelo de concorrência de Oferta Permanente, cujo cronograma é definido depois que empresas manifestam interesse em áreas que estão em constante oferta pela autarquia.
Apenas seis empresas, todas estrangeiras, qualificaram-se para participar do leilão, sendo elas Petronas, BP, Chevron (NYSE:CVX), QatarEnergy, Shell (NYSE:SHEL) e TotalEnergies.
Nesse leilão sob modelo de partilha, a qualificação é realizada antes da sessão pública e somente as empresas qualificadas poderão apresentar ofertas.
"O número de seis empresas no leilão de partilha é alvissareiro, são empresas capazes de tornar esse leilão competitivo e mostra que o Brasil não depende mais da Petrobras para fazer leilões bem sucedidos", disse Saboia, a jornalistas, após participar de abertura do congresso OTC Brasil, no Rio de Janeiro.
Serão oferecidos os blocos Cruzeiro do Sul (BVMF:CSED3), Esmeralda, Jade e Tupinambá, na Bacia de Santos, e Turmalina, na Bacia de Campos.
Esses cinco blocos receberam declaração de interesse de empresas inscritas no 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), até 6 de outubro, prazo estabelecido no cronograma.
Será a segunda vez que a ANP fará um Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção para negociar blocos no pré-sal. No primeiro, em dezembro de 2022, foram negociadas quatro áreas, com a arrecadação de bônus de assinatura total de 916 milhões de reais.
No leilão do ano passado, a Petrobras foi a grande vencedora, arrematando como operadora três dos quatro blocos do pré-sal negociados, de um total de onze ofertados.
PRODUÇÃO
Sobre produção de petróleo, Saboia afirmou que o Brasil deverá superar a produção de 4 milhões de barris por dia (bpd) em 2025, ante os atuais cerca de 3,5 milhões de bpd, atingindo um pico em 2030 de 5 milhões de bpd.
Em conversa com jornalistas, Saboia também afirmou considerar o diálogo do Brasil com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) "muito bom, positivo", mas que não vê o país como um membro do cartel.
(Por Rodrigo Viga Gaier)