A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza nesta quarta-feira o terceiro leilão de áreas da Oferta Permanente, um banco de áreas de petróleo e gás natural que são licitadas a partir da demanda dos interessados, e que substituiu os grandes leilões tradicionais da agência, que eram realizados desde 1999.
No total, 78 empresas estão habilitadas a participar de qualquer ciclo da Oferta Permanente de Concessão. No entanto, o número de empresas que manifestaram interesse especificamente nas áreas de cada ciclo ofertado nesta quarta-feira não foi divulgado por questões concorrenciais, segundo a ANP.
Na lista completa estão inscritas todas as grandes petroleiras que atuam no Brasil, como Petrobras (SA:PETR4), Shell (NYSE:SHEL), BP (LON:BP), Chevron (SA:CHVX34)(NYSE:CVX), Equinor, além das novatas em franca ascensão, como 3R (SA:RRRP3), Enauta (SA:ENAT3), PetroReconcavo (SA:RECV3) e Eneva (SA:ENEV3).
O leilão coloca à venda 379 blocos em 14 setores de blocos nas bacias de Santos, Pelotas, Espírito Santo, Recôncavo, Potiguar, Sergipe-Alagoas e Tucano.
Os blocos serão vendidos sob o regime de concessão e estão localizados em dez Estados: Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Ceará, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo que 32 dessas áreas estão em alto mar e 347 em terra.
Segundo o edital, haverá oferta de áreas em águas profundas nas bacias de Santos e Pelotas.
Organizações ambientais se localizaram em frente ao hotel na zona oeste do Rio de Janeiro onde o leilão será realizado para protestar contra a exploração de petróleo e gás natural em regiões que deveriam ser preservadas. Elas alegam que o leilão vai oferecer áreas que possuem unidades de conservação em suas proximidades, além de situações com impacto a povos tradicionais.
"É triste e simbólico que esse leilão ocorra no Rio de Janeiro, poucas semanas após o interior do Estado sofrer com as enchentes históricas que arrasaram bairros inteiros. A crise climática agrava os extremos climáticos, por isso, deveríamos estar plantando soluções hoje, para evitar que amanhã tenhamos tragédias ainda piores", afirmou em nota Ilan Zugman, diretor da 350.otg na América Latina.