SÃO PAULO (Reuters) - O Mato Grosso, principal Estado produtor de soja do Brasil, havia colhido apenas 0,3 por cento da área de soja de 9,2 milhões de hectares até quinta-feira, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontando um atraso no início dos trabalhos de colheita, que nesta semana foi prejudicada por chuvas intensas.
Segundo o Imea, o atraso ante o início da colheita do ano passado é de 1,6 ponto percentual, muito em função também de o plantio ter sido prejudicado pelo tempo seco --em uma das regiões do Estado, o fim dos trabalhos de semeadura está atrasado em um mês.
Com a estiagem e o calor intenso, muitas áreas tiveram que ser replantadas no Estado, atrasando agora o início dos trabalhos.
"Choveu bastante nesta semana, isso também atrapalhou um pouco", disse à Reuters o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, lembrando que chuvas dificultaram a entrada das colheitadeiras nos campos.
O Mato Grosso deve responder por cerca de 30 por cento da safra brasileira de soja na temporada 2015/16. O Imea estima a produção do Estado em 28,03 milhões de toneladas, com ligeiro recuo ante a temporada anterior, de 28,09 milhões de toneladas.
No relatório desta sexta-feira, o primeiro informe de colheita da temporada 2015/16, o Imea apontou uma boa produtividade acima de 3 mil quilos por hectare na pequena área colhida, ou de 50,6 sacas por hectare.
A previsão para todo o Estado é de uma produtividade projetada de 50,8 sacas por hectare, ante 51,9 sacas na safra anterior, com a seca na época do desenvolvimento das lavouras reduzindo o potencial produtivo.
O plantio foi tão prejudicado pela irregularidade das chuvas que uma das regiões de Mato Grosso ainda não encerrou os trabalhos.
Em um outro relatório divulgado pelo Imea nesta sexta, a região Nordeste do Estado aparece ainda com 1 por cento da área a ser semeada. Na temporada 2014/15, a semeadura de soja em Mato Grosso havia sido encerrada em 11 de dezembro.
(Por Roberto Samora)