MELBOURNE (Reuters) - A mineradora BHP Billiton reportou um prejuízo anual recorde de 6,4 bilhões de dólares nesta terça-feira, impactada por uma má aposta no xisto, um desastre em uma barragem da Samarco no Brasil e a queda das commodities, mas a companhia deu sinais de otimismo com a estabilização dos preços e reduções de custos.
A maior mineradora do mundo disse que cortes de custos e uma redução na dívida líquida deverão dobrar seu fluxo de caixa livre para mais de 7 bilhões de dólares neste ano se considerados os atuais preços para suas maiores commodities-- minério de ferro, cobre, carvão e petróleo e gás.
O presidente executivo Andrew Mackenzie disse que é muito cedo para falar que o pior já passou para a indústria de commodities e que os mercados devem seguir voláteis e dentro das atuais faixas de preço.
"Mas talvez o mais importante seja o fato de que há algum sentimento de que os preços pararam de cair, ao invés de continuarem em queda livre", disse Mackenzie a jornalistas em uma teleconferência.
Mesmo excluídos 7,7 bilhões de dólares em baixas contábeis e fatores não recorrentes, o lucro ajustado da BHP Billiton caiu 81 por cento, para 1,2 bilhão de dólares no ano encerrado em junho de 2016, ante lucro ajustado de 6,4 bilhões de dólares na temporada anterior, principalmente devido aos baixos preços das commodities.
O lucro ajustado foi o menor da companhia desde a fusão entre BHP e Billiton em 2001, mas ainda assim acima das expectativas de analistas, de 1,1 bilhão, sustentado pelo minério de ferro e pelo cobre.
O negócio de petróleo, que separa a BHP de suas rivais, teve uma perda, após menor produção em poços de xisto nos Estados Unidos em meio a uma queda nos preços do petróleo e do gás.
(Por Sonali Paul; reportagem adicional de James Regan em Sydnei e Barbara Lewis em Londres)