Por Ghazwan Hassan
TIKRIT, Iraque (Reuters) - Forças do Iraque apoiadas por ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos obtiveram o controle total do distrito de Shirqat nesta quinta-feira, o que deixa os militares um passo mais perto de realizar, ainda neste ano, uma ofensiva sobre a cidade de Mosul.
O general de brigada Yahya Rasool, porta-voz do comando de operações militares conjuntas, disse em um comunicado transmitido na televisão estatal que o distrito foi liberado da "profanação do terrorismo".
Shirqat, que fica às margens do rio Tigre, 100 quilômetros ao sul de Mosul, passou meses cercado por soldados iraquianos e milícias xiitas apoiadas pelo Irã e aliadas ao governo. Mas o Exército, auxiliado pela polícia local e por combatentes de tribos sunitas, conduziu os combates nesta semana, e as milícias parecem não ter participado.
As forças do Iraque avançaram rapidamente pela área depois que o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, anunciou a operação na manhã de terça-feira.
A proximidade da área das linhas de suprimento iraquianas que levam à base aérea de Qayyara, mais ao norte, que será usada como um polo logístico para a ofensiva sobre Mosul, lhe confere uma importância estratégica. Um ataque com foguete ocorrido na terça-feira, que chegou a algumas centenas de metros de forças dos EUA localizadas na base, está sendo examinado para se saber se usou agentes químicos.
Acredita-se que dezenas de milhares de civis estavam retidos na cidade e em vilarejos próximos, que estavam sob controle do Estado Islâmico desde que o grupo ocupou um terço do território iraquiano em 2014, mas a operação não provocou a retirada de larga escala vista em campanhas recentes.
O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) disse que não houve deslocamentos na terça-feira e que só 32 pessoas deixaram suas casas na quarta-feira e foram abrigadas em um centro de acolhimento próximo.
As autoridades do Iraque esperam que o andamento da batalha permita que mais moradores se abriguem para evitar gerar uma crise humanitária à medida que as forças rumarem para Mosul, onde mais de um milhão de pessoas ainda residem.
(Reportagem adicional de Saif Hameed)