⏳ Últimas horas! Economize até 60% no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Taxas futuras de juros voltam a disparar com PIB forte e desconfiança no pacote

Publicado 03.12.2024, 16:53
Atualizado 03.12.2024, 16:55
© Reuters.
US10YT=X
-
BR10YT=XX
-

Por Fabricio de Castro e Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em forte alta, superior a 30 pontos-base entre os contratos mais longos, reagindo aos dados fortes do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e à persistente desconfiança do mercado no pacote fiscal apresentado pelo governo Lula.

Estes dois fatores -- o PIB e o fiscal -- sugerem a necessidade de juros mais altos para conter a inflação, o que fez a curva a termo brasileira voltar a abrir.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 -- que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo -- estava em 11,696%, ante 11,657% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 14,345%, em alta de 27 pontos-base ante o ajuste de 14,079%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2030 estava em 14,09%, ante 13,77% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2031 tinha taxa de 14%, em alta de 32 pontos-base ante 13,685%.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre na comparação com os três meses anteriores. Embora tenha ficado em linha com a expectativa dos economistas consultados em pesquisa da Reuters, o resultado seguiu indicando uma economia aquecida, com potencial inflacionário.

“É um número relativamente forte... Esse crescimento reforça o cenário do Banco Central de que a economia está operando acima de sua capacidade produtiva e aumenta as chances de o Copom atuar de forma mais contundente", disse André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

Ao mesmo tempo, o cenário fiscal brasileiro seguiu dando sustentação às taxas futuras, em meio à desconfiança do mercado. Apesar do corte de 71,9 bilhões de reais em despesas em dois anos anunciado pelo governo no pacote da semana passada, foi mal-recebida a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha acima de 5 mil reais por mês.

“O cenário global segue desafiador e no Brasil temos uma economia que permanece muito aquecida, crescendo acima do potencial, gerando riscos de pressões inflacionárias”, comentou durante a tarde Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos.

“O pacote fiscal em si foi razoável, pois atacou alguns problemas que o mercado via como preocupantes, mas o anúncio de isenção de IR foi interpretado como um sinal de que o governo corta despesas por obrigação, e não por convicção”, acrescentou.

No pior momento do dia, às 11h38, a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu 14,39%, em alta de 31 pontos-base ante o ajuste da véspera.

À tarde, o Tesouro informou que o governo central registrou superávit primário de 40,8 bilhões de reais em outubro, o segundo melhor da série histórica para o período, ante um saldo positivo de 18,1 bilhões de reais no mesmo mês do ano passado.

O resultado, apesar de positivo, esteve longe de acalmar as preocupações do mercado em relação ao equilíbrio fiscal, ainda que durante a tarde o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, tenha reiterado em coletiva de imprensa que o governo caminha para cumprir a meta fiscal de 2024.

Na mesma coletiva, o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Otavio Ladeira, afirmou que, apesar da disparada das taxas futuras de juros de longo prazo nos últimos dias, o órgão não vê sentido em intervir no mercado com a recompra de títulos públicos.

"Não vimos e não estamos vendo nenhum momento em que faz sentido haver recompra de títulos públicos", comentou Ladeira.

Neste cenário, perto do fechamento a curva brasileira precificava 25% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da taxa básica Selic este mês, contra 75% de chance de elevação de 75 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 14% e 86%, respectivamente. Atualmente a Selic está em 11,25% ao ano.

Às 16h41, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 2 pontos-base, a 4,215%.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.