CINGAPURA (Reuters) - A gigante do petróleo BP está embarcando quase 3 milhões de barris de petróleo dos Estados Unidos para consumidores na Ásia, inaugurando uma longa e complexa operação que deverá se tornar mais comum após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo anunciar cortes profundos de produção na última semana.
Os esforços da BP, que envolvem uma das mais extensas rotas marítimas do mundo, sete navios-tanque e uma série de transferências navio-para-navio, ressaltam um desejo entre operadores de petróleo para desenvolver novas rotas para vender os inchados estoques do barato óleo de xisto dos EUA à Ásia, a maior região consumidora do mundo.
Enquanto as exportações de petróleo dos EUA foram permitidas há um ano, quando uma proibição de 40 anos foi retirada, a distância, o custo e a complexidade dos embarques para a Ásia têm mantido o fluxo de exportação em baixa atividade até o momento.
Agora, usando sua rede global de operação e transporte marítimo, a BP conseguiu enfrentar as limitações dos portos dos EUA e a necessidade de transferir petróleo entre os navios a partir da Malásia para dividir os carregamentos para consumidores ao redor da Ásia, segundo fontes do mercado e dados de transporte do Thomson Reuters Eikon.
"Ter os diferenciais regionais de preço, diferentes taxas de navios-tanque e a curva de preços futuros em mente, enquanto considera suas necessidades de entrega e cronogramas de suas contrapartes, não é algo que muitas companhias operadoras de petróleo conseguem fazer", disse uma fonte de transporte em Cingapura, que tem conhecimento das operações.
"A BP é, talvez, uma das meia dúzia de empresas que são capazes de fazer isso", acrescentou ele, falando sob a condição de anonimato, já que não tem autorização para discutir as operações publicamente.
A BP não quis comentar.
(Por Florence Tan; reportagem adicional de Liz Hampton, Marianna Parraga, Catherine Ngai e Keith Wallis)