SÃO PAULO (Reuters) - A Marfrig (SA:MRFG3) espera concluir em breve a venda de sua unidade Keystone, fornecedora de alimentos processados para redes de restaurantes, que tem as operações concentradas nos Estados Unidos e na Ásia, afirmou nesta terça-feira o presidente-executivo da companhia, Martin Secco.
"Esperamos finalizar a negociação no curto prazo", disse ele em teleconferência com analistas, afirmando que não poderia entrar em detalhes sobre a operação devido a questões de sigilo, mas acrescentando que o interesse dos investidores está em linha com as expectativas da companhia.
De acordo com Secco, além da venda planejada da Keystone e da aquisição do controle da National Beef Packing Company anunciada em abril, a Marfrig não tem mais planos de fusões e aquisições em 2018. "Nosso foco está...na conclusão das duas operações estratégicas anunciadas."
A venda da Keystone também é considerada pela companhia como relevante para alcançar a meta de endividamento medido pela relação dívida líquida e Ebitda de 2,5 por cento no fim do ano. No final do primeiro trimestre, a alavancagem foi de 3,67 vezes.
De acordo com Secco, com a venda da Keystone a empresa dará um novo passo na gestão de seus passivos, conforme busca ser a empresa com melhor saúde financeira do setor.
Na véspera, a companhia reportou prejuízo líquido de 206 milhões de reais no primeiro trimestre, ante prejuízo de 233 milhões de reais no mesmo período de 2017.
Às 14:17, a ação da Marfrig subia 1,5 por cento, a 7,98 reais, enquanto o Ibovespa cedia 0,4 por cento.
BRASIL
O executivo afirmou que espera a continuidade do ciclo positivo para o mercado de carne bovina no Brasil e que está satisfeito com o desempenho das fábricas que entraram em operação no ano passado, apesar de desafios, citando que tem avançado comercialmente nos mercados doméstico e externo.
"Tomamos a decisão conscientes de que teríamos muitos desafios...mas estamos satisfeitos e confiantes de que foi a decisão correta", afirmou Secco.
No primeiro trimestre, o abate da divisão Beef da Marfrig cresceu 42 por cento e somou 887 mil cabeças, com taxa de utilização da capacidade efetiva de 82 por cento no Brasil.
Na teleconferência, ele também disse que a empresa está em processo de habilitação de unidades no Brasil para exportar para Oriente Médio e China, entre outros mercados, enquanto prevê a aprovação da habilitação das fábricas no Uruguai para vender para o Japão no segundo semestre.
(Por Paula Arend Laier)