BRASÍLIA (Reuters) - A maioria dos deputados federais do PSB eleitos no domingo defende apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República, afirmou o candidato à vice-presidente na chapa socialista, Beto Albuquerque, derrotado no primeiro turno.
A Executiva do PSB deve decidir nesta quarta o posicionamento que vai adotar no segundo turno, que muito provavelmente não será favorável à presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT.
"Eu acredito que nós vamos ter ampla maioria para tomar posição", disse Albuquerque ao chegar à sede do PSB em Brasília, alegando ter consultado 33 dos 34 deputados federais eleitos pela legenda.
O PSB prometeu anunciar formalmente sua posição nesta quarta, após reunião que não conta com a presença da Marina Silva, que liderava a chapa do PSB na disputa presidencial.
Na quinta-feira, dirigentes dos seis partidos que integram a coligação (PSB, PPL, PPS, PRP, PSL e PHS) devem se reunir na tentativa de tomar uma decisão conjunta, encontro do qual Marina deve participar. O PPS anunciou na terça-feira apoio a Aécio na disputa do segundo turno da eleição, no dia 26.
Beto, que liderou a bancada do PSB na Câmara e também é o primeiro vice-presidente do partido, disse que 28 desses parlamentares posicionaram-se pelo apoio ao tucano, 4 deles defenderam a neutralidade e um sugeriu que fosse divulgado um indicativo a favor de Aécio, mas explicitando exceções em Estados onde o PSB disputa o segundo turno para governador com o PSDB, caso da Paraíba.
"Segundo turno não é para escolher o preferido, é para escolher quem a gente não quer", disse.
"Eu acho que no PSB o que está muito claro é em quem não vamos votar, que é a Dilma. Agora, se vamos votar com Aécio, depende de um acordo programático", afirmou o vice, que não esconde mágoa pela campanha do PT no primeiro turno, considerada por Beto como "lacerdista de esquerda" que "só soube nos ofender, mentir, nos caluniar".
Questionado se um posicionamento a favor do PSDB não significaria uma guinada à direita, o vice disse não precisar de "estar ao lado do PT para ser um homem de esquerda".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)