DUBAI (Reuters) - Uma iraniana de 26 anos condenada por ter matado um homem que tentou estuprá-la, quando ela era uma adolescente, foi enforcada neste sábado, informou a agência de notícias oficial IRNA, apesar dos apelos internacionais para que sua vida fosse poupada. Reyhaneh Jabbari foi levada até a forca no amanhecer deste sábado, na prisão Evin, de Teerã, após não conseguir perdão dos parentes da vítima antes dos dez dias de prazo estabelecidos pela sharia, que é a lei do país deste a Revolução Islâmica de 1979. A pena de morte foi condenada internacionalmente e fez o governo do presidente Reyhaneh Jabbari, que foi eleito no ano passado com promessas de uma reforma liberal, intervir para que ela fosse comutada. O ministro da Justiça, Mostafa Pour-Mohammadi, afirmou no começo de outubro que um "bom final" estava sendo desenhado, mas informações da imprensa mostraram que a família do homem morto não foi persuadida a aprovar tolerância para Jabbari. Jabbari foi condenada à morte de acordo com a lei "olho por olho, dente por dente", depois de ser considerada culpada por matar a facadas o homem em 2007. Ela alegou legítima defesa, mas não convenceu os juízes de várias instâncias de apelação, e foi mantida na prisão. A última chance de leniência estava com o supremo-líder, o aiatolá Ali Khamenei, cujos poderes transcendem o dos mandatos do Estado, mas ele nunca mencionou o caso e raramente interfere em decisões judiciais. Imediatamente após a execução, a promotoria-pública de Teerã emitiu um comunicado que aparentemente tinha o objetivo de combater a simpatia a Jabbari. "Jabbari repetidamente confessou o assassinato premeditado, e depois tentou desviar o caso do seu caminho alegando estupro", afirmou o comunicado transmitido pela IRNA.
(Reportagem de Mehrdad Balali)