RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) acredita que declarações de integrantes do setor privado sobre uma suposta elevação relevante dos preços do diesel na virada do ano, quando acaba o programa de subsídio, são alarmistas, porque não se sabe o que irá acontecer com as cotações, disse o diretor-geral da autarquia, Décio Oddone.
"É alarmista porque (estamos a) três meses (do fim do programa), já está se fazendo uma previsão de que os preços vão subir, pode ser verdade, pode não ser verdade, ontem o câmbio caiu abaixo de 4, pode cair mais, pode cair o petróleo", afirmou Oddone, ao chegar para a 5ª rodada de licitação de blocos no pré-sal sob regime de partilha.
Ele defendeu que o programa "não deveria nem ter começado" e que o subsídio precisa acabar.
"Acho que isso é alarmista, acho que a gente tem que procurar sair dessa situação pelas vias do mercado, e o que nós recomendamos para isso é deixar as regras de mercado funcionarem, estabelecer mais competição em toda a cadeia, mais transparência na divulgação de preços, é só isso que no longo prazo vai nos dar estabilidade", afirmou Oddone.
Na véspera, o presidente da BR Distribuidora (SA:BRDT3), maior empresa do setor no Brasil, Ivan de Sá, afirmou que não há clareza sobre o que acontecerá ao fim dos subsídios, ao final do ano.
"Obviamente estamos preocupados em saber qual o nível de preços que terá na virada do ano, a gente tem visto o dólar e o petróleo subindo, isso causa uma preocupação em termos do nível do preço do combustível que irá ser praticado", disse Sá.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)