A gestora de investimentos BlackRock (NYSE:BLK) anunciou a assinatura de um acordo para adquirir participação de quase metade da Brasol, empresa que atua no segmento solar fotovoltaico brasileiro. O aporte - cujo valor não foi informado - permitirá que a gestora tenha entre 40% e 50% da companhia de energia e se dará por meio do fundo Parceria de Financiamento Climático (CFP, na sigla em inglês), da própria gestora. Segundo as empresas, este é o primeiro investimento da iniciativa na América Latina.
A transação deve ser concluída até o fim do ano. Com a consolidação, a gestora se tornará parceira do braço de investimento e financiamento da Siemens, que tem participação na Brasol desde 2020. "Colaborações e parcerias como esta permitirão avançar muito mais do que seríamos capazes", afirmou o chefe de gestão de ativos e riscos nas Américas da Siemens Financial Services, Richard Tesler.
Segundo o presidente da Brasol, Ty Eldridge, a iniciativa permitirá à empresa o desenvolvimento de cerca de 100 novos projetos, expandindo a capacidade instalada dos atuais de 130 megawatts (MW) para cerca de 230 MW no País em até 18 meses.
A empresa espera ainda ampliar a diversificação do portfólio de serviços da companhia. "O arcabouço regulatório está mudando o crescimento da companhia. Temos interesse não só em solar, ainda que permaneça um mercado interessante", afirmou, em referência ao marco regulatório para o segmento de geração distribuída que começou a valer em 2022. Entre os setores avaliados estão transmissão e mobilidade elétrica.
A BlackRock possuía, ao fim do primeiro semestre, cerca de US$ 320 bilhões sob sua gestão em investimentos e compromissos alternativos líquidos e ilíquidos. A presidente da BlackRock no Brasil, Karina Saade, disse que os gestores de fundos, como a do CFP, têm discricionariedade para escolher os ativos, não havendo uma decisão central sobre investimentos em locais específicos, embora tenha destacado o papel do Brasil como líder global na transição para uma economia de baixo carbono.