SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de soja do Brasil em setembro deverão somar 5,6 milhões de toneladas, enquanto as de milho atingirão 5,4 milhões de toneladas, em um período em que o país normalmente já registraria maiores fluxos de embarques do cereal do que da oleaginosa, de acordo com dados da agência marítima Cargonave, baseados na programação dos navios.
Os embarques de soja deverão crescer cerca de 80 mil toneladas em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto os de milho recuarão quase 4 milhões de toneladas na mesma comparação, segundo informações do "line-up" de navios compilados pela agência marítima e vistos pela Reuters.
Em geral, as exportações de milho do Brasil são maiores do que as de soja em boa parte do segundo semestre, uma vez que a colheita do cereal de segunda safra amplia a oferta.
Mas em 2024 o país teve colheitas menores por conta de problemas climáticos e ainda enfrenta a concorrência da Argentina, que apresenta forte recuperação nas suas exportações.
As vendas externas de soja e milho brasileiros neste ano ainda têm uma forte base de comparação com 2023, quando as exportações do país registraram recordes históricos em meio às maiores safras já colhidas pelo Brasil.
Além disso, para a soja, o país tem visto uma demanda maior em 2024, conforme os dados de exportação do Brasil.
No acumulado do ano até setembro, segundo números de embarques e projeção de "line-up" deste mês, a exportação de soja acumulada é de 89,5 milhões de toneladas, acima das cerca de 87 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.
Na véspera, a consultoria StoneX elevou a projeção de exportação de soja do Brasil no ano para 93,5 milhões de toneladas, indicando uma queda ante o recorde de mais de 100 milhões de toneladas em 2023 completo.
Mas a própria StoneX vê uma diminuição de ritmo nos embarques de soja nos próximos meses, considerando a redução na oferta após grandes embarques e uma safra menor em 2024.
Já a exportação de milho do Brasil no acumulado do ano até setembro está estimada em 22,5 milhões de toneladas, versus cerca de 34 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, quando o país foi o maior exportador global, segundo dados da Cargonave.
(Por Roberto Samora)