SÃO PAULO (Reuters) - Chuvas moderadas começaram a quebrar a tendência de tempo quente e seco nas áreas de café e cana do Brasil, provavelmente marcando o início de condições mais chuvosas de primavera nas próximas semanas, disseram meteorologistas nesta segunda-feira.
Os contratos futuros do café arábica caíram mais de 6 por cento nesta segunda-feira na bolsa de Nova York, com esperanças de que uma das piores secas nas regiões produtoras do Brasil em décadas tenha acabado.
O Brasil é o maior produtor global de açúcar e café.
As altas temperaturas no período da tarde, porém, vão prevalecer por enquanto, disse o meteorologista da Somar Marco Antonio dos Santos. Ou seja, o tempo ainda vai ser uma preocupação para os produtores de café.
Mas ele acrescentou que as chuvas deverão voltar para as regiões centrais e Sudeste do Brasil na próxima semana, quando se espera que uma cobertura generalizada de chuvas ocorra nas regiões mais secas a partir de quinta-feira da próxima semana.
Os cafezais ressecados estão atrasados no seu período de floração para a próxima safra, devido ao atraso nas chuvas da primavera.
A massa de ar quente e seco tem sido persistente sobre a área produtora, afastando as frentes frias vindas do Sul que poderiam gerar chuvas mais intensas nas áreas de cultivos.
A Commodities Weather Group (CWG) afirmou nesta segunda-feira que pequenas quantidades de chuva atingiram mais de 30 por cento das regiões cafeeiras do Sudeste do Brasil ao longo das últimas 72 horas, com o enfraquecimento da massa de ar seco.
Santos, da Somar, disse que, embora não se espere que a presente frente fria traga muita chuva para a região de cana e café, ela não vai ser seguida pelo retorno da massa de ar seco, como nas semanas anteriores.
Isto significa que as condições de chuva da primavera devem estar se definindo, alterando a tendência climática nas principais regiões de "soft" commodities.
O CWG espera que até 0,75 polegada de chuva ocorra ao longo dos próximos cinco dias em mais de 40 por cento da região de café e cana do Sudeste do Brasil. Isso ainda deixa mais da metade da região seca até a próxima frente fria.
Santos disse que a chegada das chuvas recentes também põe fim a eventuais perdas para as lavouras de soja e de milho plantadas no Centro-Oeste do Brasil.
O Sul do país, que também é um grande produtor de grãos, já viu chuvas abundante na primavera deste ano, enquanto algumas fazendas no Centro-Oeste deverão ter que fazer o replantio.
(Por Reese Ewing)