SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de café do Brasil na temporada 2023/24 atingiu 39% do volume projetado até o dia 20 de junho, um índice que mostra antecipação na comparação com o mesmo período do ano passado, mas um atraso em relação à média história para a época, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado.
Considerando a estimativa de colheita e a projeção de produção, a Safras apontou que o Brasil já colheu 26,29 milhões de sacas de 60 quilos, de um total previsto de 66,65 milhões de sacas para 2023/24.
O total já colhido pelo Brasil, maior produtor e exportador global, supera o volume consumido pelo país em um ano. De outro lado, o mercado externo está de olho no avanço da colheita brasileira para recuperar seus estoques.
Os trabalhos de colheita no país avançaram seis pontos percentuais em relação à semana passada, segundo a consultoria. Na mesma época de 2022, estavam em 35%, enquanto média história para o período é de 42%.
O consultor de Safras & Mercado Gil Barabach alertou para chuvas que podem atrasar um pouco os trabalhos em algumas áreas.
Segundo ele, os mapas climáticos indicam precipitações para o restante desta semana especialmente em áreas de café do Paraná, e a umidade se estende com menos intensidade também para o Estado do São Paulo e partes do Sul de Minas, "o que deve atrapalhar os trabalhos de colheita e secagem do café".
As temperaturas devem voltar a cair, mas não de forma tão acentuada e sem trazer riscos às lavouras de café, disse ele citando informações da Rural Clima.
A colheita de arábica atingiu 31% da safra, contra 26% em igual época do ano passado e 33% de média dos últimos cinco anos.
Já os trabalhos com grãos canéforas (conilon ou robusta) saltaram a 56% da safra, ficando acima dos 50% em igual época do ano passado, mas ainda abaixo dos 60% colhidos na média dos últimos cinco anos.
(Por Roberto Samora)