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Com foco em "biocompetitividade", agro cobra coordenação público-privada, diz Abag

Publicado 31.07.2024, 11:51
© Reuters.

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O agro do Brasil precisa focar esforços no desenvolvimento de sua "biocompetitividade" em momento em que consumidores do mundo anseiam por práticas agrícolas sustentáveis, mas falta coordenação do governo com o setor privado, disse o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

Para Carvalho, líder da entidade que reúne algumas das maiores empresas e associações do setor agropecuário brasileiro, o Brasil precisa dar esse passo para expandir suas potencialidades e enfrentar desafios como o chamado "protecionismo verde" da União Europeia.

Em entrevista à Reuters antes do congresso anual da Abag na próxima segunda-feira, que terá como tema a "biocompetitividade", Carvalho comentou sobre as dificuldades de interlocução com a cúpula dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, o que dificulta a realização de ações e planos conjuntos, segundo ele.

"A ideia do congresso é despertar para isso, essa integração público-privada precisar ser feita o mais rápido possível", disse Carvalho, destacando que o Brasil já está "atrasado" na preparação para a COP30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), a ser realizada em Belém, em novembro de 2025.

No governo anterior, era mais fácil dialogar com os então ministros da Agricultura Tereza Cristina e Marcos Montes, de acordo com o presidente da Abag.

O atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi convidado para o congresso da associação, mas deverá estar em viagem de comitiva do governo brasileiro ao Chile na próxima semana, segundo Carvalho.

Procurados, os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente não comentaram de imediato.

 

MUNDO FRAGMENTADO

O presidente da Abag notou também que o Brasil, em termos de coordenação, parece ter aprendido "muito" com a "experiência do G20", em referência à cúpula preparatória de julho no Rio de Janeiro para o evento de chefes de Estado em novembro próximo no país.

Mas, na opinião do presidente da Abag, há ainda uma "ausência de plano de ação de país", no momento em que o Brasil está diante de um mundo "fragmentado", no qual escolhas sobre a quais blocos se associar acabam aparecendo, impondo também desafios geopolíticos.

"G20, COP30, o Brics está aí, tudo ao mesmo tempo, e não existe uma coisa coordenada", disse ele, em referência aos grupos de países com as maiores economias do mundo e ao grupo de economias do chamado Sul Global fundado por Brasil, Rússia, Índia e China.

Conforme o presidente da Abag, o que o setor pede é que as decisões sejam tomadas "a quatro mãos" para que o agronegócio do Brasil possa exercer seu protagonismo.

"Qual é a mensagem efetiva que queremos dar quando vamos falar das políticas da União Europeia sobre desmatamento? Como estamos discutindo o mercado de carbono para conseguir remunerar aquele que mantém a floresta em pé? Sinto falta enorme de coordenação", afirmou.

Ao final deste ano, deve passar a vigorar uma lei antidesmatamento da União Europeia que busca eliminar o desmatamento das cadeias produtivas de carne bovina, soja, café, cacau, borracha, madeira e óleo de palma, sob pena da aplicação de pesadas multas para aqueles que descumprirem as medidas.

"É preciso preparar o Brasil para a nova realidade do mundo fragmentado. Como o Brasil vai lidar com a volta do protecionismo... a gente chama de protecionismo verde", disse, citando a lei de desmatamento da União Europeia.

Segundo Carvalho, europeus fazem ouvidos moucos sobre as vantagens competitivas e a sustentabilidade do Brasil, que em algumas regiões consegue fazer três safras por ano, e preferem elaborar uma legislação que não considerou a realidade e a lei brasileira.

Carvalho citou como exemplo de coordenação entre os setores público e privado a criação de uma aliança de países produtores de biocombustíveis, que estimulou a Índia a avançar em mandatos de mistura de etanol na gasolina, seguindo os caminhos trilhados pelo Brasil. "Isso que chamo de ação efetiva", afirmou.

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