Comgás encara desafio de gerar demanda para abundância de gás do pré-sal

Publicado 18.04.2017, 18:42
© Reuters.  Comgás encara desafio de gerar demanda para abundância de gás do pré-sal
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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Com atuação próxima a uma das maiores reservas de gás do Brasil no pré-sal, a maior distribuidora de gás natural do país, a Comgás (SA:CGAS5), tem intensificado ações para gerar demanda para um produto que será abundante nos próximos anos e que tem assumido um papel cada vez mais importante na matriz energética brasileira.

Os investimentos da empresa, estimados neste ano entre 450 milhões e 500 milhões de reais, agora incluem uma campanha de marketing estrelada por um renomado chef de cozinha para promover os novos serviços da companhia, que tem um mercado potencial de cerca de 7 milhões de clientes em uma das regiões mais ricas do país.

"Estamos vivendo um cenário de sobreoferta de gás. Quando você olha as reservas provadas da Petrobras (SA:PETR4) na Bacia de Santos, perto da nossa área de concessão, tem uma oferta de gás enorme. Qual o grande desafio? Gerar demanda", afirmou à Reuters o presidente da Comgás, Nelson Gomes, explicando um dos objetivos da campanha lançada na segunda-feira.

A Comgás, que atua na Grande São Paulo, região de Campinas, Baixada Santista e Vale (SA:VALE5) do Paraíba, está situada por um golpe da sorte perto das grandes reservas de gás da Bacia de Santos, cuja produção já está se desenvolvendo e que deve crescer ainda mais nos próximos anos.

Atualmente, a Petrobras é a única fornecedora da Comgás, tendo vendido à companhia paulista cerca de 12 milhões de metros cúbicos/dia de gás em 2016, mas nos próximos anos novas petroleiras também deverão ser fornecedoras, com novos contratos após a quebra do monopólio da estatal.

Segundo Gomes, a Petrobras vai deixar de vender 100 por cento do gás para a Comgás a partir de 2020, com outras companhias como a Shell, que também atuam na Bacia de Santos, ofertando o produto.

Mas "a Petrobras ainda vai ser a principal supridora na próxima década. A decisão de sair de posição monopolista demora uns 20 anos para se efetivar", comentou Gomes, que está à frente da Comgás desde o início de 2016, após ter se juntado em 2008 ao grupo Cosan (SA:CSAN3), sócio majoritário da distribuidora.

Para se ter ideia da oferta adicional, apenas a produção da Petrobras no Brasil vai crescer mais de 30 por cento de 2017 a 2021, para 3,34 milhões de barris de óleo equivalente (óleo e gás), com o avanço da extração no pré-sal, onde a Shell e outras empresas também atuam.

Na Bacia de Santos também está o prospecto de Libra, considerada a maior reserva do Brasil, que deve iniciar produção comercial em 2020. Lá operam, além da Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC.

Essa oferta adicional futura proporcionará a intensificação de série de novos usos para o gás, que serão demonstrados na nova campanha de marketing da Comgás "Transformadores Incansáveis", que terá o chef do restaurante Mocotó, Rodrigo Oliveira, como embaixador.

Na campanha, a empresa vai mostrar equipamentos que podem ser usados em comércios e residências, como fogões, fritadeiras a gás, geradores de energia, chuveiros com aquecimento a gás, churrasqueiras, piso aquecido, entre outros.

Em futuro próximo, a empresa também quer estimular o aumento da geração distribuída a partir do gás e do uso do GNV em transporte público.

A maior parte o investimento anual da Comgás, que tem hoje 1,7 milhão de clientes, é na expansão da rede de distribuição, que consumiu 66 por cento dos 464 milhões de reais realizados no ano passado.

Mas na linha de incentivar o consumo a empresa também tem a estratégia de chegar a novos municípios que não estejam ligados a gasodutos.

Em Campos do Jordão, por exemplo, a Comgás vem levando gás natural comprimido até uma estação instalada na entrada da cidade e construiu 31 km de tubulações para abastecer indústrias, hotéis, comércios e condomínios residenciais.

(Por Roberto Samora)

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