Por Jane Xie
CINGAPURA (Reuters) - Pela primeira vez desde 2009, um contrato para a compra de petróleo ou de qualquer tipo de produto derivado custa menos se for para a entrega imediata do que no futuro, dando a comerciantes mais uma razão para comprar agora do que mais tarde.
Este fenômeno motiva os comerciantes a comprarem petróleo agora, armazená-lo em tanques e vendê-lo com um lucro quando a demanda se recuperar.
Mas se o contango --situação em que os preços "spot" estão com um desconto antes os preços futuros-- ajudaria a levantar o mercado, isso ainda continua a ser aguardado. O mercado referencial do Brent registra queda de mais de 50 por cento desde agosto.
Todo o complexo petróleo caiu em contango na quarta-feira com um dilúvio de cargas decorrente do aumento da produção não convencional nos EUA e com as novas refinarias projetadas no início da década lutando para encontrar clientes, devido à desaceleração do crescimento econômico, especialmente na Ásia e na Europa.
O contrato de petróleo Brent para fevereiro, o primeiro contrato, tem um desconto substancial para o fevereiro de 2017 equivalente.
"Para o petróleo, há uma mudança estrutural, passando de um mercado bastante equilibrado a um excesso de oferta", disse Richard Gorry, diretor da consultoria de energia JBC Energy, com sede em Viena.
"Para os produtos... a demanda não entrou em colapso, é apenas uma tendência de excesso de capacidade de refino e demanda mais lenta do que esperávamos."
A última vez que todo o complexo petróleo caiu em contango foi no último trimestre de 2009, quando os mercados estavam saindo da crise financeira 2008-2009. OLBRBUS Reuters Brazil Online Report Business News 20150109T185720+0000