Por Letícia Fucuchima e Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) -A safra de soja do Brasil deverá crescer 4,8% em 2023/24, para um recorde de 162 milhões de toneladas, com perspectiva de aumentos tanto da área plantada quanto de produtividade, afirmou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira.
Em seu primeiro levantamento para a temporada, a estatal estimou o cultivo de 45,2 milhões de hectares com a oleaginosa, avanço de 2,5% frente à última safra, principalmente em áreas de pastagem degradadas e diante da troca do cultivo do milho pela soja em razão da maior rentabilidade atual da oleaginosa.
A produtividade da soja, por sua vez, foi prevista em 3.586 kg/ha na nova temporada, uma alta de 2,2%.
Já para o milho, a Conab estimou uma produção total de 119,4 milhões de toneladas, decréscimo de 9,5% comparada à safra anterior, em função de uma área plantada 4,8% menor e redução de 4,9% da produtividade.
Segundo a estatal, os baixos preços do cereal desestimularam os agricultores a aumentarem o plantio, sendo esperadas retrações de área tanto para a primeira safra quanto para a segunda safra de milho do Brasil.
No Rio Grande do Sul, a Conab apontou que a queda da área cultivada com milho deve ocorrer mesmo com a expectativa de melhores produtividades em razão das previsões de mais chuvas durante o período de desenvolvimento da cultura devido à influência do El Niño.
A produção total de grãos e oleaginosas do Brasil em 2023/24 foi estimada em 317,5 milhões de toneladas, 1,5% ou 5 milhões de toneladas abaixo do obtido em 2022/23.
EXPORTAÇÕES
As exportações de soja do Brasil devem se manter elevadas em 2024, projetou a Conab, estimando um volume de 102,14 milhões de toneladas embarcadas para 2023/34.
No caso do milho, a expectativa é de uma queda de 26,9% dos embarques em relação à safra passada, para 38 milhões de toneladas.
"Nessa conjuntura, acredita-se que a redução da produção brasileira, somada à maior oferta disponível no mercado internacional (em meio à boa safra norte-americana), deverá reduzir o volume de exportações brasileiras do grão em 2024", disse a Conab, sobre o cenário para o milho.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)