SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu ligeiramente nesta quarta-feira sua projeção para a safra brasileira de café em 2016, para 49,64 milhões de sacas, ante 49,67 milhões de uma projeção de maio.
A empresa estatal elevou sua previsão para a produção de café arábica nesta temporada, mas o aumento não foi suficiente para compensar a queda na safra prevista para o café robusta.
A safra de arábica, variedade mais valorizada e da qual o Brasil é o maior produtor e exportador global, deverá ficar em 41,29 milhões de sacas, aumento de 1,02 milhão de sacas ante o relatório anterior.
"As condições climáticas favoráveis, nas principais regiões produtoras de arábica, aliadas ao ciclo de bienalidade positiva, favorecem as lavouras e justificam os ganhos de produtividade na maioria dos Estados", disse a Conab.
Os maiores ganhos de produtividade na comparação com 2015 foram observados em São Paulo (+43,7 por cento), Espírito Santo (+28,3 por cento) e Minas Gerais, com (+25 por cento).
A Conab destacou que as regiões Sul de Minas e Cerrado Mineiro --importantes regiões de produção de arábica no país-- tiveram aumento de área, de produtividade e regularidade climática, refletindo numa produção superior à safra anterior em 42 por cento e 63 por cento, respectivamente.
Já a produção de café robusta (conilon) do país foi projetada em 8,35 milhões de sacas, redução de 1,05 milhão de sacas ante maio.
"Este resultado se deve à redução de 4 por cento na área em produção e, sobretudo, à seca e à má distribuição de chuvas por dois anos consecutivos nos estádios de florescimento, formação e enchimento de grãos, no Espírito Santo, maior produtor da espécie conilon", afirmou a Conab.
A mediana de uma pesquisa da Reuters divulgada na terça-feira com 11 exportadores, comerciantes e entidades (incluindo a previsão de maio da Conab) apontou para uma safra de 54,9 milhões de sacas em 2016, com um amplo intervalo de projeções, de 47,8 milhões a 60 milhões de sacas.
Em 2015, o Brasil produziu 43,24 milhões de sacas de café, sendo 32,05 milhões de arábica e 11,19 milhões de robusta, segundo a Conab.
(Por Gustavo Bonato)