Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai reformar armazéns públicos no Paraná e Mato Grosso do Sul, em um projeto que terá 55 milhões de reais em recursos de Itaipu Binacional, afirmou o presidente da estatal agropecuária nesta quinta-feira.
"Temos reservado para 2024 mais 15 milhões de reais para armazéns, sabemos que é muito pouco, por isso fomos buscar parcerias e somos gratos à Itaipu Binacional, que disponibilizou 55 milhões de reais", afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto, durante evento em Brasília.
"Vamos reformar todos os armazéns do Paraná, inclusive o de Ponta Grossa, um grande armazém público, com capacidade para 420 mil toneladas de produtos", ressaltou.
Uma Carta de Interesse foi assinada em fevereiro envolvendo a modernização de armazéns nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, nas unidades de Ponta Grossa, Cambé, Rolândia e Maracaju (MS), indicadas na oportunidade como prioridades pela Conab, segundo nota de Itaipu, que não trazia os valores.
Segundo Pretto, a Conab está em uma "grande mobilização" no tocante a armazéns públicos, uma vez que o governo quer expandir seu programa de estoques públicos, após a gestão de Jair Bolsonaro ter desmobilizado 27 das 91 unidades que a Conab tinha, por considerar que a estratégia de estoques governamentais era custosa e estava ultrapassada.
"Vamos garantir que os armazéns da Conab que estavam sendo fechados, que voltem a operar. Vamos fazer isso porque o presidente Lula fala sempre em fazer em estoques públicos", afirmou Pretto.
Ele explicou que a estatal poderia assim comprar produtos agrícolas quando os preços estão baixos e vendê-los quando estão mais altos, colaborando para minimizar a inflação de alimentos, ao mesmo tempo em que ajuda os agricultores.
"Posso dizer agora para o presidente: 'A Conab está preparada para voltar a operar com estoques públicos e controlar preços para os consumidores'", disse.
Pretto lembrou que o governo já fez compras de milho para os estoques públicos no ano passado, pagando 43 reais a saca de 60 kg quando o preço de mercado estava em 33 reais. Ele citou um volume de compras de 360 mil toneladas de milho pela Conab em 2023, enquanto o Brasil colheu um recorde de 130 milhões de toneladas.
"Ainda é muito pouco pelo que colhemos, mas foi importante para sinalizar para o mercado que produtores têm parceiro forte, que é o governo federal", afirmou.
No ano passado, a Conab investiu 12 milhões de reais na reforma de armazéns.
Segundo o presidente da estatal, aqueles silos que não estiverem mais viáveis para reformas, o BNDES deverá negociar as estruturas e "disponibilizar recursos para fazermos investimentos nos armazéns que são estratégicos para continuar funcionando".