BAGDÁ (Reuters) - Duas pessoas morreram em Bagdá nesta segunda-feira depois que a decisão do poderoso clérigo xiita iraquiano Moqtada al-Sadr de deixar a política devido a um impasse político provocou confrontos entre seus simpatizantes e apoiadores de rivais apoiados pelo Irã.
Jovens leais a Sadr que saíram às ruas em protesto contra a ação do clérigo entraram em conflito com manifestantes de grupos apoiados por Teerã. Eles atiraram pedras uns nos outros perto da Zona Verde de Bagdá, que abriga ministérios e embaixadas.
Tiros ecoaram pelo centro de Bagdá, disseram repórteres. Além de duas pessoas mortas, 19 ficaram feridas, segundo policiais e médicos.
Os confrontos ocorreram horas depois que Sadr anunciou que estava se retirando da política, o que levou seus apoiadores, que estavam realizando manifestação de semanas no Parlamento na Zona Verde, a protestar e invadir a sede principal do gabinete.
O Exército iraquiano decretou toque de recolher a partir das 15h30 e exortou os manifestantes a deixarem a Zona Verde.
Durante o impasse sobre a formação de um novo governo, Sadr galvanizou sua legião de apoiadores, desorganizando o esforço do Iraque para se recuperar de décadas de conflito e sanções e sua tentativa de combater conflitos sectários e corrupção desenfreada.
Sadr, que obteve amplo apoio ao se opor à influência dos Estados Unidos e do Irã na política iraquiana, foi o maior vencedor das eleições de outubro, mas retirou todos os seus parlamentares do congresso em junho, depois de não conseguir formar um governo que excluísse seus rivais, principalmente partidos xiitas apoiados por Teerã.