Xangai (China), 26 mar (EFE).- China lançou nesta segunda-feira os esperados contratos de futuros de petróleo em iuanes na Bolsa Internacional de Energia de Xangai, um primeiro passo com o qual o país pretende transforma sua moeda em, referência para fixar os preços das matérias-primas.
Após décadas de adiamentos e o anúncio feito recentemente, a Comissão Reguladora de Valores da China finalmente materializou a medida hoje em uma operação com a qual a China desafia as referências petrolíferas do mundo denominadas em dólares, o Brent e o West Texas Intermediate (WTI).
Este é o primeiro futuro cotado na parte continental da China aberto aos investidores estrangeiros. O país pretende fazer com que no exterior haja uma aceitação dos futuros e estes se tornem uma referência para as transações globais de petróleo.
O interesse da China na chegada de investidores estrangeiros é tanto que, há alguns dias, o Ministério de Finanças anunciou a suspensão dos impostos sobre os rendimentos dos investidores estrangeiros que negociam contratos de futuros de petróleo em iuanes.
Essa suspensão se estenderá durante três anos para os investidores individuais no exterior e também estará vigente para os investidores institucionais, embora neste caso não esteja especificada a duração do prazo.
Os futuros cotados são contratos que serão entregues desde setembro deste ano até março de 2019. Os preços de referência de 15 contratos foram fixados em 416 iuanes (R$ 217), 388 iuanes (R$ 202) e 375 iuanes (R$ 195) por barril, dependendo das datas de entrega.
O preço de abertura do contrato SC1809 começou em 440 iuanes (R$ 229) por barril. Após 20 minutos da abertura do mercado, 14 mil transações já tinham sido realizadas.
A China tentou estabelecer um mecanismo de contratos locais para o comércio de petróleo, mas em logo em seguida deixou de operá-lo.
O gigante asiático é hoje o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, depois dos Estados Unidos, e é provável que a demanda cresça no futuro com o aumento do poder aquisitivo da população.
Segundo um artigo publicado recentemente pelo jornal oficial "China Daily", na ausência de um ponto de referência do petróleo na região, os países asiáticos pagam mais do que a Europa e a América pelo cru importado e, no caso da China, são US$ 2 bilhões (R$ 6,6 bilhões) adicionais por ano.