SÃO PAULO (Reuters) - A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, afirmou nesta quinta-feira que haverá uma quebra na produção de café arábica deste ano, em relação aos volumes previstos inicialmente, mas não detalhou os percentuais de redução.
Em março, a Cooxupé havia estimado a produção dos cooperados em cerca de 7,5 milhões de sacas de 60 kg, estável ante 2021, mas com uma queda acentuada ante a produção de 10,99 milhões de sacas de 2020, quando a produção foi recorde.
Questionada pela Reuters diante de sinalização de revisão do número de colheita do Brasil pela consultoria Safras & Mercado, a Cooxupé respondeu que "ainda não fez uma nova avaliação de números da safra, mas que já é possível afirmar que haverá quebra".
A safra de 2022 teve influência da histórica seca de 2021, além das geadas que atingiram as principais regiões produtoras no ano passado.
Segundo a cooperativa que atua no Sul de Minas Gerais, Cerrado mineiro e parte de São Paulo, não há como quantificar neste momento a quebra de safra.
Os preços do café arábica operaram nesta semana nos maiores níveis em dois meses e meio em Nova York, com preocupações sobre a oferta no Brasil.
Até o último dia 19, produtores tinha colhido pouco mais de 85% da produção esperada.
Em março, a Cooxupé havia estimado embarques aos mercados externo e doméstico de 6,8 milhões de sacas de 60 kg de café em 2022, o que seria um aumento ante as 6 milhões de sacas de 2021. A cooperativa também é a maior exportadora de café do país, vendendo ao exterior a maior parte dos recebimentos.
(Por Roberto Samora)