SÃO PAULO (Reuters) - A CPFL Brasil, braço de comercialização de energia elétrica do Grupo CPFL, aposta em novos negócios, como projetos de eficiência energética e contratos com pequenos e médios consumidores no varejo para crescer no segmento.
A empresa, que vendeu 1,2 mil megawatts médios em energia em 2014, espera aumentar esse volume em cerca de 30 por cento nos próximos cinco anos, principalmente com a incorporação de novos consumidores livres e especiais à carteira de clientes, afirmou à Reuters o presidente da CPFL Brasil, Daniel Marrocos.
Um dos trunfos para alcançar a meta é a entrada na comercialização varejista de energia, uma modalidade na qual o vendedor assume todas responsabilidades pelas operações de seus clientes no mercado de eletricidade.
A CPFL foi a primeira a registrar pedido junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para atuar nesse mercado, o que a empresa espera que seja um diferencial competitivo em um momento em que os reajustes tarifários praticados pelas distribuidoras voltam a tornar atrativa a migração para o ambiente de livre negociação.
"Recentemente já contratamos clientes que estão no mercado cativo e que a partir de 2016, 2017, estão vindo para o livre. O movimento ainda é tímido, inicial neste momento, mas acreditamos que vai crescer nos próximos meses", analisou Marrocos.
Outra aposta da comercializadora da CPFL é a atuação no mercado de eficiência energética, que também ganhou fôlego com os reajustes das distribuidoras.
"O aumento de tarifa naturalmente traz a preocupação para as empresas de como reduzir essa despesa... e a intenção da empresa não é reduzir produção, é produzir mais, ou o mesmo, sendo mais eficiente", disse o executivo.
As soluções oferecidas nesse campo vão desde as mais tradicionais, como troca de iluminação ou equipamentos por alternativas mais eficientes, até instalações para produção de energia própria, como painéis solares.
Segundo o executivo, a atuação da CPFL Brasil nesse mercado de eficiência é praticamente uma "start up" dentro da empresa.
"Estamos testando algumas hipóteses para ver o tamanho do mercado, mas o que posso dizer é que nos poucos meses do começo do ano até agora já conseguimos fechar projetos significativos que vão gerar receita a partir de 2016", disse Marrocos, que destacou o interesse dos clientes em soluções de autoprodução.
(Por Luciano Costa)