Por Sarita Chaganti Singh e Kate Abnett e Valerie Volcovici
NOVA DÉLHI/BRUXELAS/WASHINGTON (Reuters) - A França, com o apoio dos Estados Unidos, planeja buscar a suspensão do financiamento privado para usinas de energia a carvão durante a COP28, disseram três fontes familiarizadas com as deliberações à Reuters na Índia e na Europa.
O plano, que foi comunicado à Índia no início deste mês, aprofundará as divisões na COP28 em Dubai, que ocorrerá de 30 de novembro a 12 de dezembro, com a Índia e a China se opondo a qualquer tentativa de bloquear a construção de usinas a carvão para suas economias.
A ministra de Estado para o Desenvolvimento da França, Chrysoula Zacharopoulou, contou ao governo indiano sobre o plano, chamado de "Nova Política de Exclusão do Carvão", para instituições financeiras privadas e seguradoras, segundo duas autoridades indianas.
O plano de interromper o financiamento privado para usinas elétricas movidas a carvão não foi relatado anteriormente.
Um porta-voz da ministra não respondeu diretamente as perguntas enviadas por e-mail pela Reuters, mas disse que a questão dos investimentos financeiros em carvão havia sido discutida em vários fóruns multilaterais diferentes nos últimos anos.
Uma fonte na Europa familiarizada com o plano disse que o objetivo é acabar com o financiamento privado para a energia a carvão e que essa é uma das principais prioridades do presidente da França, Emmanuel Macron, durante a COP28, vista como uma oportunidade crucial para acelerar a ação a fim de limitar o aquecimento global.
A proposta prevê que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estabeleça padrões de saída do carvão para empresas financeiras privadas cujo financiamento poderia ser monitorado por reguladores, agências de recomendação e organizações não governamentais, disseram as duas autoridades indianas.
Os EUA, a União Europeia e o Canadá, entre outros, têm buscado um plano para acelerar a eliminação gradual do carvão, que eles citaram como a "ameaça número um" às metas climáticas.
Os ministérios do Meio Ambiente, Energia e Energia Renovável, Carvão, Relações Exteriores e Informação da Índia, a OCDE e a embaixada francesa em Nova Délhi não responderam aos pedidos de comentário da Reuters.