SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil exportou 44,9 milhões de toneladas de milho em 2019, um novo recorde, com aumento anual de 88% após ter colhido uma safra histórica no ano passado e contado com boa demanda externa, de acordo com dados publicados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta quinta-feira.
Em 2018, quando o Brasil exportou apenas 23,9 milhões de toneladas, o país havia sofrido uma quebra de safra.
As exportações recordes do Brasil em 2019, contudo, deverão colaborar para enxugar os estoques do país, tradicionalmente o segundo exportador global, apesar de uma produção histórica de 100 milhões de toneladas no ano passado. [nL1N28D0V0]
No mês passado, os embarques de milho brasileiro somaram 4,37 milhões de toneladas, ficando levemente acima de novembro (4,3 milhões) e também do registrado no mesmo período de 2018 (4,01 milhões de toneladas).
Um câmbio favorável e uma safra menor nos Estados Unidos também colaboraram com maiores exportações do país em 2019.
No caso da soja, após exportações históricas de 83,8 milhões de toneladas em 2018, o Brasil reduziu os embarques para 77,9 milhões de toneladas em 2019, segundo dados da Secex, que apontaram vendas externas de 3,4 milhões de toneladas em dezembro.
Em 2018, os embarques da oleaginosa superaram todas as expectativas, com o Brasil avançando no mercado enquanto China e EUA travavam uma acirrada guerra comercial, que em 2019 passou por alguns períodos de trégua.
O algodão do Brasil registrou exportação recorde no ano, de cerca de 1,55 milhão de toneladas da pluma, segundo a Secex, além de um número histórico para dezembro, de 278 mil toneladas, também com o impulso da maior produção já colhida pelo país.
A exportação de açúcar bruto do Brasil recuou no ano passado para 16,6 milhões de toneladas, ante 18,3 milhões em 2018, apontou a Secex, em meio a preços mais baixos, que levaram as usinas a apostarem mais no etanol do que no adoçante.
Já os embarques de café em dezembro atingiram 3,16 milhões de sacas de 60 kg, levemente abaixo de novembro, o que permitiu que o país exportasse no ano cerca de 36 milhões de sacas, contra 30,4 milhões em 2018.
(Por Roberto Samora e Gabriel Araujo)