BUCARESTE (Reuters) - As exportações de grãos da Ucrânia por meio do porto romeno de Constanta, no Mar Negro, caíram 43% em relação ao ano anterior nos primeiros sete meses, para 4,62 milhões de toneladas métricas, informou a autoridade portuária à Reuters, já que Kiev pôde contar com seus próprios portos este ano.
Constanta continua sendo a principal rota alternativa da Ucrânia para grãos desde a invasão em grande escala da Rússia em 2022, e o porto tem recebido um influxo de fundos de investimento da União Europeia com o objetivo de aumentar sua capacidade.
Mas a Ucrânia conseguiu criar um corredor de transporte que abraça a costa ocidental do Mar Negro, perto da Romênia e da Bulgária, depois que uma iniciativa de exportação apoiada pela ONU entrou em colapso no ano passado, e as exportações por meio de seus próprios portos têm aumentado.
Kiev está se esforçando para enviar o máximo de grãos possível nesta temporada, aproveitando os ganhos militares que obteve na área do Mar Negro, mesmo com a Rússia atacando seus portos.
Os dados do Porto de Constanta, que não incluem os volumes movimentados por portos menores da Romênia e as exportações por ferrovias e estradas, mostraram que 380.000 toneladas de grãos ucranianos deixaram o porto em julho.
"Ao contrário dos dois anos anteriores, eu não diria que os fluxos de grãos da Ucrânia através de Constanta são constantes", disse Viorel Panait, gerente da operadora portuária Comvex, acrescentando que as exportações de grãos da Romênia também estavam sendo afetadas pela seca prolongada e pelos baixos preços de mercado.
"Algumas operadoras acreditam que os fluxos aumentarão um pouco em setembro, algumas... esperam que a Sérvia exporte mais grãos", disse Panait, que também é presidente da Constanta Port Business Association.
As exportações gerais de grãos por Constanta totalizaram 18,2 milhões de toneladas nos primeiros sete meses de 2024, relativamente inalteradas em relação ao mesmo período do ano passado, informou o porto.
A Romênia é um dos maiores exportadores de grãos da UE e seu porto de Constanta também lida com fluxos de grãos de vizinhos sem litoral, incluindo Sérvia, Hungria e Moldávia.
(Reportagem de Luiza Ilie)