OSLO (Reuters) - Os fiordes existentes em locais como o Alasca e a Noruega absorvem o carbono possivelmente prejudicial à atmosfera, o que torna as grandes entradas de mar entre montanhas em um aliado natural na compensação das mudanças climáticas provocadas pela ação humana, de acordo com estudo apresentado nesta segunda-feira.
Os fiordes cobrem somente 0,1 por cento da superfície oceânica do mundo, mas representam 11 por cento do carbono orgânico em plantas, solos e rochas que são enterrados em sedimentos marítimos todos os anos, após serem levados da terra pelos rios, mostrou o estudo.
As entradas de mar ao longo de penhascos, esculpidas por geleiras de sucessivas eras glaciais, são classificadas como "um dos maiores pontos do oceano para o enterro de gás carbônico, baseado na massa do carbono enterrado por unidade de área", de acordo com a equipe de cientistas liderada pelos Estados Unidos, que escreveu na revista Nature Geoscience.
As descobertas ampliam o conhecimento sobre como o carbono, estrutura essencial para a vida na Terra, tem ciclos na natureza, e pode ajudar no combate às mudanças climáticas. Em sua forma gasosa, o dióxido de carbono é o maior causador do efeito-estufa, responsável por aumentar o aquecimento global.
Os fiordes são especialmente bons em armazenar carbono porque são fundos, recebem fluxos intensos de águas repletas de carbono de rios, e possuem águas calmas e oxigenadas, nas quais o carbono afunda.
Estima-se que mundialmente os fiordes absorvam 18 milhões de toneladas de carbono por ano, de acordo com o estudo que observou fiordes nas nações nórdicas, Groelândia, Canadá, Alasca, Chile, Nova Zelândia e Antártida.
(Reportagem de Alister Doyle)