Investing.com – Os futuros do ouro saíram da alta de um mês alcançada na sessão anterior na sexta-feira, uma vez que dados otimistas oriundos dos EUA sobre o crescimento do segundo trimestre somaram-se às expectativas de um aumento das taxas antes do final do ano.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro, com vencimento em dezembro, subiu US$ 8,20, ou 0,71%, e encerrou a semana em US$ 1.156,40 por onça-troy. O ouro operou em alta de US$ 1,156.40 na quinta-feira, o nível mais alto desde 24 de agosto, após uma série de dados dos EUA ter mostrado um quadro misto da saúde da economia.
O Departamento de Comércio informou na sexta-feira que a economia norte-americana expandiu 3,9% no trimestre de abril-junho, contra uma estimativa de 3,7% informada no mês passado, uma vez que atividades mais fortes relacionadas com gastos do consumidor e o setor de construção estimularam o crescimento.
Os dados otimistas diminuíram as preocupações com a saúde da economia e apoiaram a possibilidade de um aumento das taxas de juros dos EUA ainda neste ano, auxiliando na forte alta do dólar.
O índice do dólar subiu 0,29%, na sexta-feira, sendo negociado em 96,43, após ter atingido uma alta diária de 96,88, o nível mais forte desde 19 de agosto. Na semana, o índice subiu 1,5%.
Após o fechamento dos mercados na quinta-feira, a presidente do Fed, Janet Yellen, disse que esperava que o banco central começasse a aumentar as taxas no final de 2015, enquanto a inflação permanecesse estável e a economia dos EUA estivesse forte o suficiente para impulsionar o emprego.
Foi a primeira vez Yellen pessoalmente apoiou um aumento das taxas em 2015 desde julho. A postura de Yellen representa um contraste gritante de sua posição na semana passada, quando o Federal Open Market Committee apenas revelou que 13 de 17 dos seus membros foram a favor de aumentar as taxas este ano.
Apesar das perdas de sexta-feira, os preços do ouro subiram US$ 8,40, ou 0,69%, na semana passada, o segundo ganho semanal consecutivo, uma vez que os participantes do mercado continuaram especulando sobre o momento de um aumento das taxas pelo Banco Central dos EUA (Fed).
Os preços do ouro têm estado bem apoiados desde que o Fed decidiu manter as taxas de juros de curto prazo inalteradas na semana passada, em meio a preocupações com a fraca inflação e os efeitos da recente volatilidade do mercado sobre a economia norte-americana.
O momento para um aumento das taxas do Fed tem sido uma fonte constante de debate nos mercados nos últimos meses. O banco central norte-americano tem mais duas reuniões políticas agendadas antes do final do ano, no final de outubro e na metade de dezembro.
O ouro atingiu uma baixa de cinco anos e meio de US$ 1.072,30 no dia 24 de julho, em meio a especulações de que o Banco Central dos EUA (Fed) vai aumentar as taxas de juros em algum momento neste ano, pela primeira vez desde 2006.
As expectativas de uma taxa de empréstimo maior no futuro são consideradas pessimistas para o ouro, uma vez que o metal precioso se esforça para competir com ativos de alto rendimento, quando as taxas de juros estão em ascensão.
Também na Comex, os futuros de prata com vencimento em dezembro caíram 1,9 centavos, ou 0,13%, na sexta-feira, encerrando a semana em US$ 15,11 por onça-troy no fechamento do pregão. Na semana, os futuros de prata caíram 4,4 centavos, ou 0,32%.
Enquanto isso, nas negociações de metais, o cobre com vencimento em dezembro recuou 2,7 centavos, ou 0,83%, para US$ 2,283 por libra na sexta-feira, após ter tocado uma baixa diária de US$ 2.277, o nível mais baixo desde 26 de agosto.
Na semana, os preços do cobre despencaram 9,3 centavos, ou 4,38%, a maior queda semanal desde meados de janeiro, uma vez que as atuais preocupações com a saúde da economia da China diminuíram o apetite pelo metal vermelho.
Os dados do setor privado divulgados no início da semana mostraram que a atividade industrial na China contraiu neste mês no ritmo mais rápido desde a crise financeira mundial, alimentando temores com uma menor demanda pelo metal industrial.
Os preços do cobre têm estado sob forte pressão de venda nas últimas semanas, uma vez que as preocupações relacionadas com uma desaceleração da economia global liderada pela China assustaram os traders e confundiram o sentimento. Os preços do metal vermelho atingiram uma baixa de seis anos de US$ 2,202 em 24 de agosto.
A nação asiática é a maior consumidora mundial de cobre, respondendo por quase 40% do consumo mundial no ano passado.
Nesta semana, os investidores estarão enfocando o relatório de emprego nos EUA referente ao mês de setembro, a ser divulgado na sexta-feira, o que poderia ajudar a fornecer mais clareza sobre a probabilidade de um aumento das taxas de juro de curto prazo.
Os participantes do mercado também estão aguardando o relatório de inflação de quarta-feira da zona do euro, em meio a preocupações de que o Banco Central Europeu poderia aumentar seu programa de estímulo monetário.
A Investing.com compilou uma lista desses e de outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 28 de setembro
O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, e do Fed de Chicago, Charles Evans, também devem se pronunciar.
Os EUA devem divulgar dados sobre renda e gastos pessoais, bem como um relatório sobre as vendas de imóveis residenciais usados.
Terça-feira, 29 de setembro
Os EUA devem publicar um relatório sobre a balança comercial e o sentimento do consumidor.
Quarta-feira, 30 de setembro
Os EUA devem divulgar o relatório mensal sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls) da ADP, bem como dados sobre a atividade industrial na região de Chicago.
Mais tarde, a presidente do Fed, Janet Yellen, deve se pronunciar em um evento em St. Louis.
Quinta-feira, 1 de outubro
A China deve divulgar relatórios sobre a atividade do setor de manufatura e serviços oriundos da Federação da China de Logística e Compras, bem como o índice de serviços Caixin e a leitura revisada do índice de produção Caixin.
Os EUA devem divulgar um relatório sobre os pedidos novos de seguro-desemprego e dados sobre a atividade industrial do Institute for Supply Management.
Sexta-feira, 2 de outubro
Os mercados na China devem permanecer fechados em virtude de um feriado nacional.
Os EUA devem resumir a semana com o relatório atentamente observado sobre o indicador NFP (nonfarm payrolls) e os dados sobre os pedidos às fábricas.