Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja 2021/22 de Mato Grosso, principal produtor da oleaginosa, deve alcançar o recorde de 39,47 milhões de toneladas, estimou nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que viu a produtividade média da lavoura acima de 60 sacas por hectare pela primeira vez.
Na levantamento anterior, divulgado no início de dezembro, a expectativa para produção de soja era de 38,14 milhões de toneladas.
Se confirmado, o volume representará um avanço de 9,5% em relação à última temporada, com os bons resultados no maior produtor brasileiro de soja ajudando a compensar parte das perdas pela seca vistas no Sul do país.
O rendimento médio da soja está estimado em 60,27 sacas por hectare, alta de 2,93% ante a análise anterior e 4,97% superior ao que foi observado na safra passada.
Até mesmo nas regiões médio-norte e nordeste do Estado, onde o excesso de chuvas prejudicou a qualidade dos grãos, o Imea disse que são esperados rendimentos melhores do que os da última temporada.
Segundo o instituto, a oleaginosa contou com "preços recordes, demanda firme e o clima favorável, que vem favorecendo o desenvolvimento da cultura" no ciclo atual.
Até a última sexta-feira, a colheita de soja havia atingido 90,45% da área total cultivada.
MILHO E ALGODÃO
Com o bom andamento da colheita da soja na maioria das regiões de Mato Grosso, a expectativa para área de milho segunda safra foi reajustada para 6,28 milhões de hectares, contra 6,23 milhões estimados anteriormente, em meio à expectativa de fortes chuvas para os próximos 30 dias.
"Este cenário segue pautado pela valorização no preço do milho e a elevada demanda do cereal, além do bom desenvolvimento da semeadura do milho no Estado", disse o Imea.
O avanço da área combinado ao ganho de produtividade e semeadura estimada em 93,91% dentro da janela ideal, devem resultar em uma produção de 40,4 milhões de toneladas para o milho, ante 39,65 milhões na projeção anterior.
A nova projeção para o cereal representa alta de 24,07% em relação à safrinha do ano passado.
"Além disso, os índices pluviométricos no Estado estão acima do registrado nos últimos anos e os modelos climáticos do NOAA apontam volumes de chuvas acima da média para os meses de março, abril e maio, o que a princípio pode ser outro fato positivo para o rendimento no Estado", acrescentou o Imea sobre o milho.
As precipitações que devem favorecer o cereal também tendem a beneficiar as lavouras de algodão, disse o instituto, que tiveram mais de 70% das áreas plantadas dentro do período ideal.
A projeção para a área de algodão foi mantida em 1,10 milhão de hectares, enquanto a produção da pluma teve um avanço de 1,96 milhão de toneladas para 1,99 milhão, impulsionado pela melhora na produtividade.
(Por Nayara Figueiredo)