Importação de etanol pelo Brasil pode subir até mais de 5 vezes por maior mistura, diz Argus

Publicado 24.07.2025, 14:47
Atualizado 24.07.2025, 14:50
© Reuters. Bomba de combustível em posto de gasolina em Brasílian07/03/2022nREUTERS/Adriano Machado

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As importações de etanol pelo Brasil poderão crescer até mais de cinco vezes entre agosto deste ano e março de 2026, ante o mesmo período anterior, com impulso do aumento da mistura do biocombustível na gasolina e uma expectativa de cenário de preços favorável para as compras externas, segundo levantamento da consultoria Argus.

A expectativa é que as importações do etanol alcancem de 400 milhões a 800 milhões de litros durante o período, sendo grande parte a ser suprida pelos Estados Unidos, maior produtor de etanol do mundo e maior fornecedor externo do país, segundo a consultoria.

Entre agosto de 2024 e março de 2025, as importações de etanol pelo Brasil somaram 148,302 milhões de litros, segundo dados do governo compilados pela Argus.

"Esse volume não é visto nesse fluxo (previsto) há pelo menos quatro anos... E o principal motivo para essa importação seria o E30, que é o aumento da mescla de etanol anidro na gasolina", disse a especialista em etanol da Argus Maria Ligia Barros, à Reuters.

O montante significaria uma média entre 50 milhões e 100 milhões de litros por mês durante o período.

O governo decidiu ampliar a mistura de etanol anidro na gasolina vendida nos postos de combustíveis do Brasil, de 27% para 30%, a partir de 1º de agosto, em medida que teve ampla aprovação dos produtores de biocombustíveis e poderá contribuir com a autossuficiência do país em gasolina, segundo o governo.

O novo mandato deverá elevar a demanda pelo etanol anidro e reduzir a oferta de etanol hidratado, o que tende a sustentar os preços do biocombustível no mercado doméstico, segundo Barros.

"Esses movimentos apoiam o preço dos dois tipos de etanol domesticamente e com isso o produto aqui internamente sobe de preço. E o mercado vislumbra, então, a possibilidade de ficar vantajoso trazer o produto de fora", afirmou.

Barros ponderou, no entanto, que os cálculos foram feitos com base no atual cenário de mercado e com tarifas já em vigor. Caso o governo dos Estados Unidos mantenha a previsão de começar a taxar as importações de produtos do Brasil em 50% a partir de 1º de agosto, e supondo que o Brasil possa impor contrapartidas tarifárias, seria necessário refazer as contas.

Atualmente, segundo a especialista, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre o etanol importado de países fora do Mercosul. Já os Estados Unidos cobram tarifas ao importar etanol do Brasil que somam 12,5%, incluindo uma tarifa base de 2,5% mais o adicional de 10% que o presidente norte-americano Donald Trump anunciou em abril.

No primeiro semestre de 2025, o Brasil importou 25 milhões de litros de etanol por mês, em média, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), compilados pela Argus. Do montante, em média, 64,35% vieram nos EUA, 29,79% da Argentina, 5,83% do Paraguai e 0,02% da Alemanha.

(Por Marta Nogueira)

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