Ibovespa recua com bancos entre maiores pressões; Raízen é destaque negativo
SÃO PAULO (Reuters) - As importações brasileiras de fertilizantes somaram 24,2 milhões de toneladas de janeiro a julho, aumento de 8,8% em comparação ao mesmo intervalo de 2024, marcando um novo recorde para o período, afirmou nesta segunda-feira a Datagro.
Segundo a consultoria, o volume superou em 2,2% o recorde anterior de 2022, de 23,67 milhões de toneladas no período.
O Brasil é um dos maiores importadores mundiais de fertilizantes, importando no ano passado cerca de 90% do total comercializado, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
A Rússia manteve-se como principal origem das importações no acumulado do ano, com 6,88 milhões de toneladas embarcadas, alta de 18% sobre igual período do ano anterior, afirmou a Datagro, citando dados do comércio exterior brasileiro.
A Datagro apontou que a possibilidade de novas tarifas norte-americanas sobre países que mantêm relações comerciais com a Rússia, como o Brasil, aumentou o risco de interrupções no abastecimento e pressionou as cotações internacionais dos principais fertilizantes. A Índia foi o exemplo mais recente disso, acrescentou.
Além disso, a consultoria afirmou que agricultores podem enfrentar dificuldades caso os EUA ampliem sanções a importadores de fertilizantes russos.
"Os números de julho já indicam um movimento de antecipação, e, com a maior demanda, os preços atingiram novos patamares de equilíbrio", afirmou a Datagro.
Parte importante das importações do Brasil aconteceu em julho, com o país importando 4,79 milhões de toneladas, o maior volume mensal do ano.
O resultado representou alta de 15,6% em relação a junho e de 7,1% frente ao mesmo mês de 2024, estabelecendo um recorde histórico para o mês de julho, disse a Datagro.
PRESSÃO ANTES DO PLANTIO
Embora uma parte dos produtores realize compras antecipadas de fertilizantes, o setor agrícola brasileiro lida com aumento de custos em um cenário global conturbado, o que impõe um "sério desafio para os agricultores", disse a consultoria e corretora StoneX, em outro relatório nesta segunda-feira.
A StoneX alertou que os meses que antecedem a safra 2025/26 têm sido marcados por forte pressão de alta nos custos dos fertilizantes no Brasil.
Entre janeiro e meados de agosto, os preços da ureia nos portos brasileiros subiram cerca de 33%, enquanto o MAP (fosfatado amplamente utilizado no país) avançou 19% no mesmo período. Já o cloreto de potássio registrou alta de 20%, segundo a StoneX.
Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, as relações de troca entre a soja e o MAP já estão nos piores níveis dos últimos anos, situação que tende a inibir o consumo desse fertilizante e colocar os agricultores em postura de cautela para planejar novas aquisições de insumos.
(Por Roberto Samora)