Por Francois Murphy
VIENA (Reuters) - O Irã está elevando o enriquecimento de urânio a um nível próximo ao de armas, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta terça-feira em um relatório visto pela Reuters, uma medida que aumenta as tensões com o Ocidente no momento em que os dois lados tentam retomar as conversas sobre a reativação do acordo nuclear de Teerã.
O Irã aumentou o nível de pureza físsil com que está refinando o urânio de 20% em abril para 60% em reação a uma explosão e corte de energia em sua instalação de Natanz que prejudicou a produção na principal planta subterrânea de enriquecimento do local.
Teerã atribuiu o ataque a Israel. O nível de uso em armas é de cerca de 90% de pureza.
Em maio, a AIEA relatou que o Irã estava usando uma cascata de centrífugas avançadas para enriquecer a até 60% na planta piloto de enriquecimento de Natanz. Nesta terça-feira, a agência informou seus países-membros que agora o Irã também está usando uma segunda cascata para este fim.
Se antes o Irã estava usando 164 centrífugas IR-6 para enriquecer a até 60%, agora está usando aquela cascata e outra de 153 máquinas IR-4 para este trabalho, disse o relatório da AIEA.
A medida é a mais recente de muitas do Irã que violam as restrições impostas pelo acordo nuclear de 2015, que limitou em 3,67% a pureza com que Teerã pode refinar o urânio. Os Estados Unidos e seus aliados europeus alertam que tais ações ameaçam as conversas para a reativação do pacto, atualmente suspensas.