Por Barbara Lewis
BRUXELAS (Reuters) - Líderes europeus buscam chegar a um acordo numa reunião de cúpula nesta quinta-feira para uma nova década de política energética a fim reduzir as emissões de gases-estufa até 2030, mas as grandes diferenças sobre o compartilhamento de custos pode ser uma barreira difícil de ser superada.
Os 28 Estados-membros do bloco querem definir o ritmo de um pacto global a ser tratado em Paris no ano que vem com potências industriais da Ásia, da América do Norte e o restante do mundo.
O pacto busca melhorar duas décadas de uma instável cooperação e controlar emissões de dióxido de carbono às quais se atribui o aumento nas temperaturas globais.
Há uma ampla aceitação para uma meta geral da UE para cortar emissões de carbono de casas, usinas de eletricidade, carros, aviões, fazendas e outras fontes em 40 por cento até 2030, comparados ao ano referencial de 1990.
O conflito entre Ucrânia e Rússia - a maior fornecedora de energia da UE - também tem feito o bloco europeu se concentrar na redução de sua dependência em combustíveis fósseis, aumentando o uso de energia renovável e utilizando melhor suas fontes domésticas.
Argumentos sobre a ajuda aos Estados mais pobres no leste europeu ou a preferência por energia nuclear à frente de energia eólica ou solar podem criar conflitos nas negociações até sexta-feira, embora ainda esteja previsto que um acordo pode ser alcançado.
"Eu tenho esperança de que seremos capazes de alcançar este acordo final esta noite. É um acordo crucial por muitas razões - para o clima global, para a saúde de cidadãos europeus, pelo papel central da UE nas conversas internacionais sobre o clima", disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
Negociadores da UE têm buscado um delicado equilíbrio entre grandes negócios, que alegam que metas mais ambiciosas irão afugentar a indústria, e ativistas ambientais, que dizem que as metas tratadas não são tão ambiciosas.
Companhias como a ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, por exemplo, alertaram que os planos da UE tornariam o setor de aço europeu pouco competitivo.
Contradizendo esse argumento, companhias como a espanhola Acciona, a Coca-Cola e a Unilever emitiram um comunicado conjunto nesta semana pedindo ambiciosas metas para 2030, as quais dizem que são necessárias para encorajar novos investimentos na UE.
O plano é construir e avançar sobre metas existentes de políticas verdes até 2020, as quais aumentaram bastante a quantidade de energia renovável, como a solar e a eólica, utilizada na União Europeia, e cortaram o consumo energético através de medidas como melhor entrada de luz em edifícios e veículos com maior eficiência de consumo.
No momento, as emissões de carbono da UE estão quase 20 por cento menores do que em 1990 - ajudadas pelo colapso de empresas poluentes nos Estados-membros do leste após a queda do comunismo há 25 anos.