Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que irá pressionar o governo nesta semana para que decida sobre um subsídio diante da alta de preços dos combustíveis, e mencionou os dividendos da Petrobras (SA:PETR4) como possível fonte, em entrevista veiculada nesta segunda-feira.
O deputado reconheceu ainda, em entrevista à Record News, que não tem no seu radar de curto prazo a votação de medidas que visem a privatização da Petrobras, mas elogiou projeto do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) que trata de regras de transparência para a composição de preços praticados pela empresa.
"A questão dos combustíveis, a gente tem ainda uns ajustes que precisam ser feitos. Nós vamos apertar essa semana o governo para que ele decida por fazer ou não subsídio no combustível. É importante, todo mundo está fazendo", afirmou, acrescentando que irá manter conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em busca de uma "saída mais aguda, mais rápida, com relação aos preços da inflação, principalmente combustíveis".
Ao comentar projeto do deputado petista, considerado "excelente" pelo presidente da Casa, Lira ponderou que ele não interfere na política de preços e não descartou que outras propostas possam ser anexadas a ele.
"É um projeto de transparência", disse. "Outros podem ser apensados... nesse primeiro momento, a gente prefere tratar da divisão de dividendos para que esses dividendos da Petrobras possam, sim, subsidiar a questão dos combustíveis a curtíssimo prazo para o brasileiro."
Sobre a privatização da estatal, reiterou ser a favor do processo, mas admitiu que "não temos nada no visor da Petrobras no curtíssimo prazo, a não ser a distribuição de dividendos".
Lira acrescentou que a Casa terá como foco o combate à inflação e que se dedicará, nesta semana, a projetos que miram na alta de preços da energia elétrica.
O deputado lembrou ainda, no caso de medidas de combate à alta de preços, que Guedes tem o "botão da calamidade" para apertar, a exemplo do orçamento de guerra adota na fase aguda da pandemia de Covid-19.