São Paulo, 9 - A fabricante norueguesa de fertilizantes Yara (OL:YAR) reportou, nesta sexta-feira, lucro líquido de US$ 246 milhões (US$ 0,96 por ação) no quarto trimestre de 2023. O resultado representa queda de 68% ante igual período do ano anterior, quando a companhia teve lucro líquido de US$ 766 milhões (US$ 3,02 por ação). A receita caiu 34,4% no mesmo comparativo, para US$ 5,464 bilhões ante US$ 3,582 bilhões no quarto trimestre de 2022.
O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 45%, para US$ 586 milhões. Ao excluir itens especiais, o Ebitda do quarto trimestre do ano passado foi 46% menor quando comparado com igual intervalo de 2022, alcançando US$ 576 milhões. As entregas de produtos da companhia foram 0,35% maiores em comparação ao quarto trimestre do ano anterior, e atingiram 7,25 milhões de toneladas. A produção de fertilizantes acabados da companhia no período registrou alta de 12%, para 4,93 milhões de toneladas, enquanto a produção de amônia subiu 19,3%, para 1,87 milhão de toneladas.
Em nota, a empresa atribuiu a queda do Ebitda às margens mais baixas, em virtude de preços de venda mais baixos, que mais do que compensaram a redução nos custos de energia. Em relação às entregas totais, a Yara afirmou que houve um aumento nas entregas de nutrientes para culturas em comparação com um quarto trimestre mais fraco no ano anterior, compensado por entregas menores de produtos industriais. "A demanda contida levou a Yara a reduzir parte de sua produção na Europa, totalizando 11% da capacidade de fertilizantes acabados e amônia no trimestre", relatou.
No acumulado do ano fiscal de 2023, a Yara reportou lucro líquido de US$ 54 milhões, ante lucro de US$ 2,78 bilhões reportado em 2022. Já a receita caiu 35,4% em igual comparação, para US$ 15,547 bilhões. O Ebitda no ano fiscal ficou em US$ 1,709 bilhão, baixa de 65,5% ante 2022. Segundo a empresa, o Ebitda recuou principalmente por causa das margens mais baixas, com preços de venda mais baixos compensando a redução nos custos de produção. Já as entregas diminuíram 5% em comparação com o ano anterior, com a redução da disponibilidade de produtos terceirizados devido a sanções à Rússia.
Para 2024, a Yara disse em comunicado que está estrategicamente posicionada para impulsionar a transição energética, a crise climática e a segurança alimentar. A empresa afirmou que, com base nos atuais mercados futuros de gás natural (31 de janeiro de 2024) e assumindo volumes estáveis de compra de gás, se estima que o custo de gás da Yara para o primeiro trimestre de 2024 seja US$ 320 milhões menor que no ano anterior, enquanto no segundo trimestre a redução deve ser de US$ 100 milhões ante 2022.
Além disso, a empresa destacou que, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o fornecimento de nitrogênio está até agora abaixo de uma temporada normal, indicando um equilíbrio global mais apertado para o primeiro semestre de 2024. "A acessibilidade dos fertilizantes melhorou durante o trimestre, e as taxas de aplicação ideais atuais estão aproximadamente 6% mais altas do que há um ano", afirmou em nota. "O início de 2024 viu um aumento na atividade de compra e preços mais altos, sinalizando um possível ajuste de volume na principal temporada de aplicação no hemisfério norte", acrescentou. Quanto à ureia, as projeções mostram crescimento da oferta abaixo do aumento do consumo a partir de 2024.