ABUJA (Reuters) - O sentimento dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está mudando da descrença para um crescente consenso de que uma decisão deve ser tomada sobre como acabar com a atual derrocada dos preços do petróleo, disse à Reuters o ministro do petróleo da Nigéria.
Os preços do petróleo caíram mais que 70 por cento para perto de 30 dólares o barril ao longo dos últimos 18 meses conforme a Opep, liderada pela Arábia Saudita, procurou retirar do mercado produtores de custo mais alto, recusando cortes de produção apesar de uma sobreoferta global.
A queda dos preços prejudicou seriamente algumas economias que dependiam fortemente das vendas de petróleo, como a Nigéria e a Venezuela, e mesmo a Arábia Saudita está se preparando para enfrentar uma dolorosa queda de receitas.
"Há mais conversas em andamento agora. Acho que quando nos encontramos em dezembro...eles (membros da Opep) mal estavam conversando um com o outro. Todo mundo estava protegendo a lógica de sua própria posição", disse à Reuters o ministro do petróleo nigeriano, Emmanuel Ibe Kachiwku, em entrevista.
Os países produtores em dificuldades fizeram reiterados pedidos de um encontro de emergência da Opep, mas para Kachiwku não era o momento certo. O próximo encontro regular do cartel é em junho.
"Não temos certeza de que se tivéssemos feito esses encontros de emergência poderíamos ter saído com um consenso", disse ele.
"Muitos barris estão caindo fora do mercado nos países não-membros da Opep, então a filosofia dos sauditas obviamente está funcionando. Mas isso não está influenciando o preço para cima, o que significa que, gostemos ou não, alguns barris estão vindo...de membros e não-membros para cobrir os que saíram".
Kachiwku disse que vai encontrar ministros do petróleo de Catar e Arábia Saudita na próxima semana para discutir a situação.
"Conforme nos aproximamos das datas de reuniões estatutárias (da Opep)...você vai ver muito mais gente entrando ativamente nessas conversas e tentando achar soluções".
(Por Ulf Laessing e David Goodman)