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Mesmo com confirmação de decisão sobre produção de petróleo, perspectiva é de excesso de oferta em janeiro

Publicado 05.12.2021, 09:40
Atualizado 05.12.2021, 13:15
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Por Barani Krishnan

Investing.com -- Será que a OPEP é o Flautista Mágico do mercado de petróleo?

Tocando a canção “Ainda Não Estamos Preocupados com a Ômicron”, o cartel do petróleo e os seus aliados exalavam um ar de tranquilidade esta semana - até mesmo festividade, pode-se argumentar, para os longs no mercado - enquanto o mundo bufava e baforava em função da possível calamidade que pode se seguir com a variante da Covid.

A "canção" da OPEP+ fala que, quando o próximo mês de janeiro chegar, não haverá mudanças na sua produção. Trocando em miúdos, quer dizer que a demanda por petróleo bruto será estável e consolidada no início do ano novo, apesar da sombra de excesso de oferta vislumbrado pelas pesquisas internas do próprio cartel para o próximo trimestre.

Os longs no petróleo - representados pelos ratos no conto original, ou por crianças na fábula medieval de Hamelin - ficaram encantados pela música tocada pela OPEP+, levando a uma alta nos preços da commodity após a reunião da aliança na quinta-feira.

Naturalmente, na sexta-feira, parte do otimismo exalado pelo cartel e seus aliados se afogou quando os mercados de capitais afundaram em função de um coquetel de bad vibes vindas do conflitante relatório de emprego nos EUA em novembro, receios de que o Fed aumente as taxas de juros dentro dos próximos três meses e - sim - mais casos da ômicron registrados nos EUA.

Isso, no entanto, não ofuscou o que a OPEP queria que os investidores de petróleo ouvissem ou acreditassem - que a procura por petróleo bruto será mais elevada, e não mais baixa, nos próximos meses, bem como que que o cartel estava cumprindo a promessa de produzir 400.000 barris adicionais por dia desde julho. A mensagem nas entrelinhas foi: "Não entre no mercado em short. Entre em long".

Se considerarmos as mensagens confusas nas previsões de oferta e demanda para o petróleo nas últimas semanas, é difícil estar em qualquer uma das duas posições.

No seu relatório mensal divulgado no dia 16 de novembro, acompanhado de perto pelo mercado, a Agência Internacional de Energia, que cuida dos interesses dos países consumidores, afirmou que o "mercado restrito" do petróleo estava prestes a diminuir. A EIA disse que esperava que a produção aumentasse em 1,5 milhão de barris por dia no resto de 2021, sendo que Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia representariam cerca de metade desse volume.

E embora a procura de combustíveis para transportes continue a se recuperar e a escassez de abastecimento no mercado do gás natural tenha forçado algumas centrais elétricas a mudar para a utilização de petróleo e produtos refinados, "novas ondas de Covid na Europa, atividade industrial mais fraca e os preços mais elevados do petróleo irão atenuar os ganhos", disse a guardiã do mercado de energia, com sede em Paris.

Tudo isso, curiosamente, se deu antes do surgimento da cepa ômicron.

A própria OPEP+ previu um excedente global de 2 milhões de barris por dia de petróleo em janeiro, 3,4 milhões em fevereiro e 3,8 milhões em março, de acordo com uma publicação da Reuters que divulgou um documento interno preparado pela aliança antes da sua reunião desta semana. Essa previsão inclui de modo ostensivo os barris adicionais de reservas de petróleo que os Estados Unidos e outros importantes países consumidores estarão vendendo ao longo dos próximos meses.

Apesar disso, os manda-chuvas da OPEP+ - Arábia Saudita e Rússia - decidiram se manter fiéis à sua produção na sua reunião de quinta-feira. A sua convicção sobre a força do mercado no próximo trimestre foi tão contagiante quanto a cepa da Covid, ajudando os preços do petróleo a se recuperaram com robustez em relação às mínimas de quatro meses atingidas na quarta-feira.

Mas à medida que esse momento de entusiasmo de apagava com a chegada do fim de semana, a OPEP voltou a ameaçar os investidores com cortes na produção.

"Continuaremos a fazer o que sabemos fazer melhor para garantir que iremos atingir a estabilidade no mercado de petróleo numa base sustentável", disse o Secretário-Geral Mohammad Barkindo durante um evento do setor no sábado.

Despojado do seu brilho, isso significa que os 400 mil barris diários que a aliança tinha prometido desde julho poderão ser a primeira coisa a ser descartada caso a demanda e os preços não chegarem ao que desejam até janeiro. Além disso, a aliança poderia fazer cortes maiores. Não vamos esquecer que os sauditas e seus aliados continuam represando cerca de 5 milhões de barris de oferta diária regular do mercado, como parte dos cortes de produção efetuados no auge das reduções de preços pela Covid-19. O cartel não tem problema algum em aumentar isso.

Na verdade, a OPEP só se preocupa com a estabilidade e a sustentabilidade do mercado de petróleo quando os preços estão em queda, e não em alta. Barkindo já havia proferido aquelas palavras escolhidas a dedo de modo exaustivo a cada queda do petróleo ocorrida em seus cinco anos no comando da OPEP. Mas quando o mercado saltou impressionantes 20% entre agosto e outubro, ele era apenas sorriso de orelha a orelha.

A OPEP pode ter estabilizado o barco do petróleo por enquanto. Mas a ameaça da ômicron está apenas começando. Desde o primeiro caso nos EUA, registrado em 30 de novembro, um total de pelo menos 20 casos foram detectados em 12 dos 50 estados dos EUA. Dezenas de países em todo o mundo também registraram infecções pela variante. Apertem os cintos; o passeio na montanha-russa do petróleo começou.

Resumo das atividades do mercado e dos preços do petróleo

Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, registrando uma sexta perda semanal consecutiva, apesar da OPEP sinalizar que estava pronta para restringir a produção a qualquer momento caso os temores quanto à variante ômicron continuem a prejudicar a demanda por energia.

Após fechar em baixa em cinco dias num total de seis datas, os preços da commodity subiram na quinta-feira e permaneceram em alta pela maior parte da sexta-feira. Mas no fechamento, o petróleo WTI, a referência de petróleo bruto nos EUA, caiu, enquanto o Brent, negociado em Londres e referência global de preços para o petróleo, conseguiu obter um ganho.

Os analistas enxergaram a retomada inicial como um sinal da confiança do mercado na decisão da OPEP+ de manter sua produção inalterada por enquanto, com uma ressalva de uma mudança caso a demanda entrasse em colapso na chegada do primeiro trimestre de 2022.

"Qualquer que tenha sido o conforto inicial que o mercado teve com a decisão da OPEP parece ter evaporado e agora há receios de que esta coisa vai voltar e nos morder por trás", afirmou John Kilduff, sócio fundador do Again Capital, fundo de cobertura energética em Nova York.

A saga da variante ômicron parece ter virado o rali do petróleo de 2021 de ponta cabeça, interrompendo a escalada dos preços da commodity que muitos achavam que alcançariam US$ 100 por barril, ou pelo menos US$ 90 até o final do ano Apesar da reversão dos preços das últimas seis semanas, o WTI mantém uma alta de 36% no ano, enquanto o Brent registra um ganho de 35%.

Desde que as autoridades de saúde anunciaram o primeiro caso da variante ômicron nos EUA, na Califórnia, na quarta-feira, houve o registro de pelo menos mais vinte infecções, cinco delas na cidade de Nova York, um epicentro inicial do Covid-19 em 2020.

Dave Chokshi, Comissário de Saúde da Cidade de Nova York, afirmou que os casos na cidade indicavam uma propagação comunitária da variante ômicron, independente das infeções que ocorreram diretamente a partir de viagens para a África do Sul, onde a cepa foi detectada pela primeira vez.

"Não é só as pessoas que viajaram para o sul da África ou outras partes do mundo onde a ômicron já foi identificada", disse Chokshi.

No fechamento de sexta-feira, o contrato de um mês para janeiro do petróleo WTI, referência norte-americana da commodity, fechou em queda de US$ 0,24, ou 0,4%, a US$ 66,26 por barril. Na semana, o WTI apresentou queda de 2,8%. O WTI apresentou um recuo total de 20% nas últimas seis semanas, depois de ter alcançado a máxima em sete anos de US$ 85,41 durante a semana finda em 15 de outubro.

O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 0,21, ou 0,3%, a US$ 69,8 em seu contrato mais ativo para fevereiro. Entretanto, o Brent apresentou queda de 4% na semana e 18% nas últimas seis semanas combinadas, depois de atingir a máxima de 2014 de US$ 86,70 durante a semana em meados de outubro.

Análise técnica do WTI

Sunil Kumar Dixit, colaborador regular do Investing.com para análise técnica de commodities, da skcharting.com, apresenta o seguinte:

O WTI continuou com uma onda bearish pela 6ª semana consecutiva, testando uma mínima de US$ 62,40 e fechando a US$ 66,25, criticamente abaixo da média móvel exponencial de 50 semanas de US$ 67,07.

Daqui para a frente, o price action do Petróleo WTI sugere que ele se aproximou de regiões fortes de suporte e que a venda estendida pode empurrá-lo para uma média móvel simples (MMS) de 200 semanas de US$ 56,90, e à MMS de 100 semanas de US$ 52,90.

Como a tendência primária do WTI é bullish, as correções de US$ 62 a US$ 57 também são uma forte região de confluência no gráfico mensal que irá atrair a compra de valor, desencadeando novos movimentos de alta.

Resumo das atividades do mercado e dos preços do ouro

"Todas as crises têm o seu lado bom". Ou assim diz o ditado.

E a favor do ouro estão a variante ômicron da Covid e a crise de confiança que ela gerou sobre a recuperação global da pandemia.

As expectativas eram fortes durante toda a semana de que o ouro desmoronasse para o terreno dos US$ 1.600 depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, anunciou estar aberto para que o banco central acelerasse a redução do seu estímulo monetário da pandemia, elevando as taxas de juros dos EUA mais rápido do que antes se imaginava.

Mas os temores relativos ao impactos potenciais da ômicron nos EUA e no mundo mostraram-se maiores ao fim das contas, desencadeando compras de porto seguro no ouro. Isso ajudou os preços do metal dourado a pairarem em torno da marca superior dos US$ 1.700 e registrarem ganhos no fechamento do pregão de futuros de sexta-feira em Nova York.

O contrato mais ativo dos futuros de ouro dos EUA, para fevereiro, fechou o pregão de sexta-feira com alta de US$ 21,20, ou 1,2%, a US$ 1.73,90 por onça. Na semana, ele teve uma pequena queda de 0,2%.

A força relativa do ouro também veio na esteira do colapso da nota do Tesouro de 10 anos dos EUA, que caiu mais de 6% na sexta-feira, embora índice do dólar tenha permanecido forte ao longo de toda a semana.

"É estranho, mas o ouro não derreteu com a ameaça do Fed de uma elevação rápida dos juros e, em vez disso, navegou com a preocupação maior associada à ômicron", afirmou Phillip Streible, estrategista de metais preciosos da Blueline Futures, em Chicago. "É o caso de uma necessidade de crise".

Para apoiar a história do ouro, o Fundo Monetário Internacional chegou a afirmar que a variante ômicron provavelmente reforçaria a decisão do FMI de reduzir as previsões de crescimento global feitas em outubro - uma decisão já planejada desde o impacto prolongado da variante delta da Covid.

Análise técnica do ouro

Dixit, da Skcharting, diz: O ouro passou a semana negociado com um viés bearish, estendendo a sua correção para US$ 1.761 e fechando a a US$ 1.783, bem acima do nível de retraçamento de Fibonacci de 61,8%, a US$ 1.768.

Os fechamentos diário e semanal acima dos US$ 1.768 podem ser vistos como um aceno para uma recuperação a curto prazo em relação às mínimas, atingindo inicialmente os US$ 1.795. Mas é necessária uma negociação além dos US$ 1.810 para voltar a testar o pico mais recente de US$ 1.825.

A incapacidade de se manter acima dos US$ 1.780 pode estender a fraqueza aos US$ 1.750 e aos US$ 1.735.

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

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