CAIRO (Reuters) - A polícia egípcia disparou gás lacrimogêneo e prendeu 25 pessoas nesta quarta-feira no centro do Cairo, onde centenas se reuniram para lembrar a morte de dezenas de manifestantes mortos pelas forças de segurança em 2011, informou o Ministério do Interior do Egito à agência de notícias estatal Mena.
A reunião foi um gesto raro de desafio contra as rígidas regras de manifestações impostas pelo governo do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ex-chefe do Exército que também permitiu que tribunais militares julguem civis, em uma repressão que começou contra os apoiadores islâmicos do presidente deposto Mohamed Mursi.
Os ativistas haviam planejado uma marcha pelas ruas próximas da Praça Tahrir no aniversário da morte de 42 pessoas três anos atrás, quando os egípcios protestaram contra o governo que assumiu o poder após o levante que derrubou o autocrata Hosni Mubarak.
Uma fonte de segurança disse que os detidos serão libertados "logo", mas no mês passado foi aprovado um decreto que abre a possibilidade de julgá-los em cortes militares por bloquear ruas.
Em Alexandria, quatro pessoas foram presas, incluindo a destacada ativista Mahienour el-Massry, de acordo com a página "Libertem Mahienour" no Facebook.
(Por Shadi Bushra e Ali Abdelatti)