SÃO PAULO (Reuters) - A moagem de cana pelas usinas e destilarias do centro-sul do Brasil saltou 55,3 por cento na segunda quinzena de abril e fechou o mês, o primeiro da safra 2018/19, 42,7 por cento maior na comparação anual, disse nesta quinta-feira o grupo da indústria Unica.
Conforme a União da Indústria de Cana-de-açúcar, a região processou 37,7 milhões de toneladas na última metade de abril, levando a moagem em todo o mês a 59,84 milhões, contra 41,94 milhões há um ano.
Na última semana, representantes de usinas na região de Ribeirão Preto (SP) já haviam comentado à Reuters que, em razão do tempo seco, os trabalhos de campo estão mais acelerados neste ano.
O mix seguiu mais alcooleiro na quinzena, com produção 1,73 bilhão de litros (alta de 84,73 por cento), enquanto a de açúcar somou 1,52 milhão de toneladas (mais de 34,83 por cento).
A expansão no caso do açúcar deve-se, em grande parte, à maior moagem, mas pairam receios quanto ao resultado final da safra dado o mix pendendo para o álcool.
Com esse mix, para cada tonelada de cana processada em abril, o setor produziu 37,39 quilos de açúcar, queda de 14,74 por cento na comparação anual.
"A partir de uma extrapolação simples desses valores, é possível concluir que uma eventual manutenção dessa redução... promoveria uma retração em torno de 5 milhões de toneladas na fabricação de açúcar ao final da safra 2018/19, apenas pelo efeito de alteração no mix de produção", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
VENDAS DE ETANOL
A Unica destacou que as vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul em abril somaram 1,91 bilhão de litros em abril, um crescimento de 10,05 por cento comparativamente ao mesmo período do ano anterior (1,73 bilhão de litros).
O volume considera mercados interno e externo e anidro e hidratado.
A comercialização mais forte reflete o ganho de competitividade do etanol frente a gasolina, uma vez que, com o início da safra, os preços do biocombustível começaram a cair nas bombas.
(Por José Roberto Gomes)