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SÃO PAULO (Reuters) - O Mato Grosso, principal Estado produtor de soja do Brasil, registra déficit hídrico histórico antes do início do plantio da nova safra, o que pode atrasar os trabalhos nos campos, afirmou em nota nesta sexta-feira a EarthDaily, empresa especializada no monitoramento de áreas agrícolas com uso de dados de satélite.
A umidade do solo encontra-se no nível mais baixo dos últimos 30 anos, com tendência de nova redução nas próximas duas semanas, segundo projeções do modelo europeu ECMWF citadas pela EarthDaily.
"Embora a semeadura da soja esteja autorizada a partir da próxima semana em algumas regiões, a persistência do déficit hídrico no solo pode resultar em atraso no início dos trabalhos de campo, já que muitos produtores tendem a aguardar condições mais favoráveis de umidade para garantir uma germinação uniforme", disse o analista de cultura da EarthDaily, Felippe Reis, em nota.
Um atraso no plantio de soja pode ter consequências na segunda safra, de milho ou algodão, encurtando a janela climática ideal desses produtos cultivados após a colheita da soja, o que costuma atrair a atenção do mercado. Para a soja, uma semeadura atrasada geralmente não traz problemas para a produtividade.
A estiagem já se prolonga por várias semanas e deve persistir até pelo menos 17 de setembro, acrescentou a empresa.
Em Mato Grosso, o modelo meteorológico americano GFS sinaliza a possibilidade de precipitações ao final da primeira quinzena de setembro, enquanto o modelo europeu ECMWF mantém a projeção de estiagem.
Em comentário no início da semana, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) manteve a projeção de área a ser cultivada com soja 2025/26 em Mato Grosso em 13,08 milhões de hectares, o que seria um crescimento de 1,67% na comparação com o ciclo passado, mas citou a ausência de chuvas significativas na primeira quinzena como um fator a ser observado.
Segundo a EarthDaily, o calor agrava o cenário: temperaturas acima de 40°C elevam a evapotranspiração, intensificando a perda de umidade.
"Esse quadro pode levar muitos produtores a postergar o início da semeadura, mesmo após o término do vazio sanitário em 6 de setembro", disse a EarthDaily.
Durante o chamado vazio sanitário, produtores não podem plantar soja, em medida para evitar a propagação do fungo da ferrugem asiática, uma doença que eleva custos com fungicidas e pode trazer perdas de produtividade importantes, se não combatida.
A empresa disse ainda que em boa parte de Goiás e em algumas áreas do Sul do país a umidade do solo é "satisfatória", favorecendo o início da semeadura.
Nessas regiões, os produtores podem iniciar o plantio com maior segurança, aproveitando as condições hídricas adequadas para garantir melhor germinação e estabelecimento das lavouras.
Contudo, no Norte Pioneiro do Paraná, onde o plantio já está autorizado com o fim do vazio sanitário, a umidade do solo permanece abaixo da média, o que pode levar produtores a adiar tanto a semeadura da soja quanto a do milho de verão.
As previsões indicam manutenção do tempo seco na maior parte do país, com exceção do Sul, especialmente do Rio Grande do Sul, e de áreas do Nordeste, onde há expectativa de chuvas.
(Por Roberto Samora)