SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de projetos de transmissão de energia realizado pelo governo federal nesta quinta-feira começou com destaque para a atuação da Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola (MC:IBE), que aparecia isolada à frente na disputa por volta do meio-dia, quando houve pausa para almoço.
Após perder para os italianos da Enel (MI:ENEI) a concorrência pela distribuidora paulista de energia Eletropaulo (SA:ELPL3), no primeiro semestre, a Neoenergia foi agressiva no início do leilão desta quinta-feira e arrematou os três primeiros lotes de projetos, que demandarão investimentos de cerca de 4,8 bilhões de reais, de acordo com estimativa da reguladora Aneel.
Os três primeiros lotes licitados também atraíram ofertas de empresas como Taesa (SA:TAEE11), Engie Brasil Energia e Equatorial (SA:EQTL3), além da chinesa State Grid e da canadense Brookfield, que se associou à espanhola Cymi, entre outros investidores.
Na primeira parte do certame que acontece na sede da bolsa paulista B3, a Neoenergia arrematou três grandes lotes de projetos, ganhando a disputa com deságios de 57 por cento, 46,97 por cento e 44,9 por cento frente à receita anual teto autorizada para cada lote de projetos.
O leilão, que envolve empreendimentos que demandarão investimentos totais de 13,2 bilhões de reais, era marcado ainda por uma forte concorrência para os outros lotes.
O desconto médio para os oito primeiros lotes era de 51,8 por cento, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Também arremataram empreendimentos as elétricas Energisa (SA:ENGI4), que ficou com o lote 4, e CPFL (SA:CPFE3), da chinesa State Grid, que levou o lote 5 com o maior desconto do leilão até o momento, de 57,1 por cento. O deságio ofertado pela Energisa foi de 45,8 por cento.
Houve ainda projetos levados por grupos menores, como a Zopone Engenharia (lote 7) e os consórcios JAAC/EMTEP (lote 6) e IG Transmisssão/ESS Energias Renováveis (lote 8), que apresentaram lances com deságios de 53,49 por cento, 49 por cento e 46,2 por cento, respectivamente.
A JAAC, uma empresa de serviços de engenharia, ficou conhecida após ser barrada no último leilão de transmissão, em junho, e entrar com uma liminar que acabou atrasando aquele certame em horas.
Os oito lotes já contratados por ora no leilão demandarão um investimento total de 6,4 bilhões de reais por parte dos vencedores, segundo a Aneel.
(Por Luciano Costa)