Por Nerijus Adomaitis
OSLO (Reuters) - A petroleira norueguesa Statoil planeja mais do que triplicar sua produção no Brasil e buscará se tornar operadora de toda a descoberta de Carcará, na Bacia de Santos, que está entre as maiores do mundo nos últimos anos, afirmou à Reuters o chefe das operações brasileiras da companhia.
A Statoil investiu mais de 10 bilhões de dólares no Brasil, tornando-se uma das maiores operadoras estrangeiras em mar no país, com a ajuda do campo de petróleo pesado Peregrino, a 85 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, que é o maior que a empresa opera fora da Noruega.
Com Peregrino produzindo de 80 mil a 90 mil barris de óleo equivalentes de petróleo por dia, a participação da Statoil de 60 por cento no campo permite que a empresa produza entre 48 mil e 54 mil barris diários no país.
"Esperamos que a produção (da Statoil) seja mais do que triplicada no Brasil até 2030", disse Anders Opedal, em uma entrevista.
No ano passado, a Statoil comprou uma participação de 66 por cento da Petrobras (SA:PETR4) e tornou-se a operadora do bloco BM-S-8, na Bacia de Santos, onde está a descoberta de Carcará, por 2,5 bilhões de dólares.
A empresa norueguesa também tomou o controle operacional da licença BM-C-33, na Bacia de Campos, da Repsol (MC:REP) Sinopec, detendo uma participação de 35 por cento. (História completa)
Além disso, a companhia aprovou o desenvolvimento da fase 2 de Peregrino, que deverá adicionar 250 milhões de barris de reservas com "break-even" abaixo de 45 dólares por barril, menor que uma estimativa original de 70 dólares por barril.
"Estamos no caminho certo para começar a terceira plataforma em Peregrino, no fim de 2020", disse Opedal.
PLANOS FUTUROS
A Statoil planeja perfurar um poço de exploração em um outro prospecto no BM-S-8 neste ano, antes de se mover para testar fluxos próximo a Carcará em 2018.
A Statoil também deverá participar do leilão do pré-sal em 27 de outubro, que incluirá uma área adjacente ao bloco BM-S-8, onde empresas e autoridades dizem estar uma parte da reserva descoberta de Carcará.
"Nós temos um desejo muito forte de que a Statoil seja a operadora de toda a (reserva) descoberta de Carcará", disse Opedal.
Enquanto isso, a empresa ainda avalia opções para o desenvolvimento da licença BM-C-33, na Bacia de Campos, onde três descobertas revelaram um milhão de barris de petróleo equivalente.
"Este é outro campo que será parte da produção principal da Statoil (no Brasil)", disse Opedal, evitando dar qualquer cronograma para decisões de investimento.
(Por Nerijus Adomaitis)