Por Alex Lawler
(Reuters) - A Opep cortou nesta quinta-feira sua previsão de crescimento da demanda mundial por petróleo em 2022 pelo segundo mês consecutivo, citando o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia, o aumento da inflação e o ressurgimento da variante Ômicron do coronavírus na China.
Em um relatório mensal, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disse que a demanda mundial aumentaria 3,36 milhões de barris por dia (bpd) em 2022, uma queda de 310.000 bpd em relação à previsão anterior.
A guerra na Ucrânia elevou os preços do petróleo brevemente acima de 139 dólares o barril em março, o maior nível desde 2008, piorando as pressões inflacionárias. A Opep citou em relatório sugestões de que a China, com severos lockdowns contra a Covid-19, está enfrentando seu maior choque de demanda desde 2020, quando o uso de petróleo despencou.
"Espera-se que a demanda em 2022 seja impactada pelos desenvolvimentos geopolíticos em andamento na Europa Oriental, bem como pelas restrições da pandemia de Covid-19", disse a Opep no relatório.
No entanto, a Opep ainda espera que o consumo mundial ultrapasse a marca de 100 milhões de bpd no terceiro trimestre e que a média anual de 2022 supere a taxa pré-pandemia de 2019.
A Opep citou o aumento da inflação e o aperto monetário contínuo, e reduziu a previsão de crescimento econômico deste ano para 3,5% de 3,9%, acrescentando que o potencial de alta era "bastante limitado".
O relatório mostrou que a produção da Opep em abril aumentou 153.000 bpd, para 28,65 milhões de bpd, ficando atrás do aumento de 254.000 bpd permitido pela Opep sob o acordo da Opep+.
A previsão de crescimento para a oferta de não membros da Opep em 2022 foi reduzida em 300.000 bpd, para 2,4 milhões de bpd. O grupo cortou sua previsão para a produção russa em 360.000 bpd e deixou sua estimativa de crescimento da produção dos EUA praticamente inalterada.