O ouro fechou em alta nesta segunda-feira, 11, com atratividade beneficiada pelo dólar fraco no exterior e otimismo com recuperação da China, que beneficiou commodities metálicas em geral. O movimento, porém, foi limitado pela escalada nos juros dos Treasuries, apoiada por avanço recorde nos rendimento do título japonês (JGB, na sigla em inglês) de 10 anos.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta marginal de 0,23%, a US$ 1.947,20 por onça-troy.
Estrategista-chefe de Mercado da Bannockburn, Marc Chandler analisa que o dólar mais fraco, contrabalançado por taxas de juros firmes, permitiram os "ganhos limitados do ouro" nesta sessão, marcada por agenda esvaziada.
Nesta segunda-feira, o dólar corrige ganhos das sessões anteriores, abalado por ações do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) e comentários do presidente do Banco do Japão (BoJ, em inglês), Kazuo Ueda, para apoiar suas respectivas moedas locais.
As falas de Ueda - sinalizando possível fim da política monetária de juros negativos caso os ganhos de preços se mantenham no país - não só impulsionaram o iene, como também o rendimento do JGB de 10 anos, que atingiu seu maior nível desde janeiro de 2014 e ofereceu suporte para a escalada de títulos europeus e americanos.
Para a Oanda, o dólar pode continuar vulnerável no curto prazo, se o BoJ mantiver intervenções verbais na economia japonesa. A consultoria destaca ainda que a moeda americana terá uma semana importante pela frente, com dados da inflação nos Estados Unidos e decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE) figurando como potenciais drivers.
"O ouro pode ter um momento decisivo nesta semana, o que significa que o preço pode sair da faixa de US$ 1.940 a US$ 1.980", projeta a Oanda.
Já o TD Securities nota que desafios para a narrativa de "pouso suave" podem ser o catalisador que incentivará um novo rali nos preços do ouro.
Em artigo, o jornalista do Wall Street Journal, Nick Timiraos, considerado pelo mercado como receptor de informações privilegiadas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), reportou que os dirigentes podem adotar uma postura mais equilibrada adiante, temendo que a elevação de juros provoque uma contração econômica ou disparar nova onda de turbulência financeira.
Ainda neste pregão, sinais de tração na recuperação econômica da China, com avanço da inflação e novas medidas de estímulos do governo, renovaram otimismo do mercado e impulsionaram ganhos em commodities metálicas, de olho em possível demanda futura.